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Este blog foi criado com o intuito de divulgar ideias e expandir limites.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Das entidades imperceptíveis

Pode uma planta ter consciência dos animais? Ou ela passa a vida inteira sem saber que existe um mundo exterior a ela, com animais, outras plantas, rochas, etc?
Recentemente, uma pesquisa científica descobriu algo surpreendente: algumas espécies de plantas conseguem se comunicar com outras plantas, por meio de uma rede de raízes que se tocam. Mas ainda assim, se pararmos para pensar, uma planta tem pouca consciência de seu mundo, perigos eminentes e mudanças de ambiente: sua consciência vem tão somente do sentir as reações de suas células, ao ambiente.
Por exemplo, imagine que um broto de feijão foi, certa vez, pisoteado, mas ainda assim sobreviveu. Para ele, o que ocorreu foi apenas um evento aleatório que lhe prejudicou, sem nem mesmo ter ciência de sua própria existência física, nem de seus ramos terem entortado. Simplesmente estava tudo bem quando, inexplicavelmente, algo ruim lhe aconteceu.
Um vegetal não consegue tentar dar sentido causa-efeito às situações que lhe ocorrem (a busca incessante de padrões causa-efeito, até hoje, foi encontrada apenas na raça humana). Se o fizesse, poderia rapidamente imaginar que, por exemplo, a sensação do pisoteamento é mais recorrente em dias que se absorve mais água (pois choveu), ou mesmo incoerentemente ligar a causa como alguma de suas atitudes – ter se virado pouco para a luz, por exemplo – para dar sentido aos acontecimentos (tais quais algumas crenças e religiões nossas o fazem).

Após esta introdução, vamos a uma analogia: se um ser vivo, como a planta, está vivendo a vida toda tendo apenas consciência de uma ínfima parte do que existe ao redor dela, e se a cada vez que descobrimos algo sobre o que achávamos enorme em nosso cosmo, descobrimos que tal "enorme" é apenas uma parte semi-infinitamente pequena de algo ainda maior, por qual motivo nós, humanos, não podemos também estar vivendo em uma realidade que é a ínfima parte de uma realidade ainda maior (assim como a planta inserida em nossa realidade)? E que algumas coisas que subitamente nos ocorrem sem explicação científica (angústia, cânceres, sensações, palpites, surgimento de idéias, e alguns fenômenos observáveis julgados como “sobrenaturais”) possam ser originadas nesta realidade a que não temos acesso em intervir, mas que constantemente intervenciona em nossas vidas?

Ousando um pouco e indo para um lado mais “místico”, quem sabe nossos denominados deuses, anjos da guarda, espíritos, elementais, sejam entidades reais, para nós ultrapoderosas pelo fato de controlarem totalmente a realidade que estamos inseridos (exatamente do modo como podemos fazer com as plantas), que habitam uma realidade “acima” da nossa?
Quem sabe Platão, ao falar do mundo das idéias, não falava de um vislumbre desta outra realidade inacessível? E que, nesta outra realidade, não passamos de meras plantinhas, inertes em relação ao modo com que os seres por lá se movem, sentem e vivem? Estaríamos então, nesta outra realidade, em um estado a que chamaríamos por aqui de “vegetativo”, ou seja, sem podermos influenciar nada, sem termos consciência de quase nada, ainda que influenciados diretamente por seus elementos.
E que alguns (alguns) de nossos místicos e clérigos, que sempre julgamos como loucos, não estejam errados em buscar causas sobrenaturais naquilo que a ciência não explica. E por isso tais explicações, inexplicavelmente, funcionam.

Daí, provavelmente, concebemos a ideia de “sobrenaturalidade”, e cunhamos tal palavra: para descrever as coisas que existem além da realidade que conscientizamos, além do nosso natural, em uma realidade que é inacessível – a nós.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Loucura e Autenticidade

Acredito não serem poucos aqueles que já ficaram, em algum momento, face a face com a própria loucura. Ou, ao menos, aquilo que a sociedade classifica como loucura. Dentre estes, o que diferencia os loucos dos sãos, é justamente a capacidade de não se deixar preencher pela insanidade. Como evitar isto? E o que é a loucura, afinal?

Claro que não pretendo dar todas as respostas à psicologia com um pequeno texto, mas sim fazer uma pequena investigação pessoal acerca da insanidade.

Em primeiro lugar, tentemos entender o que é a loucura. É uma parte de nós, que pode ou não vir a tona em certas ocasiões em que se permite tal libertação. Isto significa que é uma parte que reprimimos o tempo todo, por ser justamente o que achamos que a sociedade não aceitaria de nós.
Ou seja, a loucura não existe a priori; o que existe é o julgamento social de ações que são completamente fora do contexto de sociedade, que denomina-se "loucura".

Há aqui uma conclusão relevante: a loucura é então uma parte de nós. Em menor ou maior escala, é também o que nos compõe. Agora, como fazer para sermos nós mesmos, e nos conhecer, quando temos que ignorar um pedaço do que realmente somos?
Minha resposta simples é: aceite-a. Não se deixe pensar que "aquilo" não deveria estar contigo. Entenda que é parte de você, e não deve ser reprimida.
Como conviver em sociedade sem deixar de lado sua parte não-sociável? É simples: não reprima-a, mas coordene-a nos momentos certos através da inteligência, que é superior às emoções. Por exemplo, se houver algum momento em que você tiver muita vontade de gritar com alguém, lembre-se que isto não é moralmente certo. Utilize o intelecto para coordenar sua psiquê, seu emocional; aos poucos, vai ficando mais fácil.

Pois o que vejo acontecendo com as pessoas neste mundo é que elas não se dão a liberdade de serem autênticas, por construírem um muro de isolamento perante a loucura, cada vez mais alto (talvez por medo de ficarem loucas); mas em uma situação extrema - pico de stress ou mudança estrutural profunda - a pessoa pode sem querer emanar tanta energia que consegue pular o muro para a sua parte não-sociável, e depois, com o muro estabelecido, não consegue voltar à parte sociável. Assim fica-se louco.
Se não construímos o muro, conseguimos simplesmente evitar andar por partes menos sócio-produtivas. E também andar por elas quando não nos causarão danos.
E assim, sermos autênticos. É preciso ser livre para ser você mesmo.

domingo, 6 de abril de 2014

Se "Deus" existe, como Age?

Este texto não se enquadra a pessoas que não acreditam em nada superior, e crêem que o universo é uma mera coincidência física. Pois a premissa deste texto é justamente a de se compreender que existe algo maior (por muito tempo fui radicalmente ateu, mas aos poucos, fui vivenciando alguns vínculos entre ocasiões que realmente não podem ser explicados pela mera estatística ou qualquer ciência claramente definida em palavras - por exemplo, quem tiver a oportunidade de ver alguma mãe agir com um sentido desconhecido em prol de seu filho, que parece sobrenaturalidade, por favor, apenas peço que reflita em vez de ficar cientificamente cego diante disto).

Em primeiro lugar, como já discuti em textos anteriores, não há sentido tentarmos compreender "Deus" ou, se não uma entidade, esta força misteriosa que encobre o universo. Acredito que isto seria algo comparado a um vegetal tentar entender como funciona uma mente animal, por exemplo. Mas a ideia deste texto me veio, em verdade, ao tentar descartar algumas ideias absurdas de algumas religiões ("povo escolhido", "pessoas superiores às outras", "terra sagrada", dentre outras expressões mal intencionadas ou interpretadas).

Minha primeira conclusão é que, se algo superior existe, é para todos. Qual seria o sentido de algo superior que beneficie apenas a algum pequeno grupo, se os demais não contemplados nada fizeram de errado para que sejam excluídos? Ou qual o sentido de algo superior beneficiar uns poucos que nada fizeram a mais que os outros? Este é um dilema antigo de muitas religiões, do por que alguém nasce num barraco, sem condições de direcionar sua mente a qualquer tipo de coisa mais elevada, se tornando um ser medíocre, enquanto outro nasce em berço de ouro, e ainda pode seguir fazendo coisas ruins à humanidade por toda uma vida? Acredito que toda a ideia de reencarnação tem em parte como base esta inaceitação da desigualdade, uma vez que promove a justiça ao longo dos tempos e dos atos.

Outra conclusão que achei óbvia, é que realmente os métodos de aproximação da divindade, ou (dependendo de sua crença) de evolução espiritual, se deva a fatores não-mundanos, no campo mais sutil, como o amor, respeito, sacrifício, generosidade, retidão, integridade, etc.. Como podem rezas por medo, oferendas, idas ao templo, lhe fazer uma pessoa melhor por si só? Só podemos melhorar partindo de dentro, com força de Vontade (palavra que está no cerne de toda a religião ou crença), pois é apenas isto que nos distingüe quanto a mais ou menos preparados. Além disto, e principalmente, como poderíamos tratar como divino algo mutável? Um pôr-do-sol, o prazer dos hormônios ou a dor dos nervos, a família, altruísmo: por mais frio que pareça, não é isto que nos aproxima do divino; apesar de muitos elementos poderem ser achados quando estamos nestes meios: a desvinculação de coisas materiais, a percepção do prazer e dor apenas como ilusões finitas, a possibilidade de se dar amor a alguém. O alguém em si, por melhor pessoa que seja, não nos aproxima de nada superior, mas pode sim nos dar a oportunidade de nos aproximarmos do divino, mas o caminho é sempre por dentro de nós.

E isto já nos dá o terceiro ponto que quero tocar: para evoluirmos, é necessário tão-somente Vontade, e nada mais. Não é ser generoso que nos torna divino: mas o sentimento divino implica, por exemplo, na generosidade. É seguir o que se sabe ser correto, melhor para o todo, simplesmente não fazer aquilo que o coração julga errado. E tentar encaminhar os outros para dentro de si mesmos.

Claro que pode-se tirar muitas outras conclusões (que, por sua vez, são premissas para entendermos um pouquinho melhor), mas falar mais disto hoje já não me seria tão franco ao coração. Então paro por aqui, com o pouquinho a mais da verdade.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Mudança Interna

Há vezes em que simplesmente ficamos angustiados com nós mesmos, simplesmente por não saber como mudar alguma atitude (ou falta dela) que não gostamos de "ser". Tais mudanças por vezes chegam a ser a chave para atingirmos nosso ideal de vida, e mesmo sendo conscientes disto, não conseguimos sair do problema.
Refletindo um pouco, percebi que a grande dificuldade é não termos nada para substituir a coisa ruim que está dentro de nós. Assim, não conseguimos "expeli-la", por simplesmente nos identificar muito com o problema em si, como se ele fosse uma muleta necessária em nossa jornada.
A primeira coisa que dirão é "largue a muleta", mas às vezes realmente não é possível, pois cairíamos. Mas o que ficamos pensando o tempo todo, é em como se livrar da muleta, e não em como arranjar um jeito de se virar sem ela.

O que quero dizer é que, em vez de tentar experienciar coisas novas que nos completem, queremos nos livrar das coisas velhas antes de conquistarmos novas, e aí que está o erro: isto é empurrar com a barriga, sem percebermos, pois sem uma nova solução nunca largaremos a muleta. Pois é preciso, antes de tudo, se livrar deste monstro chamado preguiça, para conseguirmos nos esforçar um pouco mais e por um momento deixar os dois "seres", os dois modos de prosseguir, estarem dentro de nós, conciliá-los. Só após ter desenvolvido a parte que queremos, é que podemos jogar a velha e incômoda fora.

Preguiça é o grande vilão da nossa história. Mexamo-nos!

domingo, 9 de setembro de 2012

Minerais e Evolução

Há muito que a sabedoria e consciência ligada ao uno, ou Buddhi, é chamado de iluminação; luz é, na verdade, tão importante aos minerais quanto o Buddhi é para nós, e também provém de uma fonte única (o Sol). No entanto, minerais e humanos são diferentes, assim como a luz e a sabedoria, metaforizada como luz. 

Os minerais que conseguem transcender a sua existência, e evoluem (como o carvão para o diamante e outras rochas ao se cristalizarem), o fazem mediante a luz, sempre ao aceitar que ela penetre em si. Então, ele consegue até mesmo desviar esta luz, controlá-la ou decompô-la. Porém, quanto mais puro for o cristal, menos ele distorcerá a luz, de forma que esta passe por ele cada vez mais da maneira que chegou, e deste modo preencha-lo.

É deste modo que devemos agir com a sabedoria, se quisermos evoluir como os cristais fazem: devemos aceitá-la, pois a sabedoria vem de sua fonte até nós, e temos o mecanismo para deixá-la penetrar; ativá-lo é evoluir e despertar poderes latentes do homem. Mas ter sabedoria ou consciência verdadeira é deixar de manipular este poder todo, para apenas aceitar que passe através de si este raio cósmico, sem tentar mudá-lo.

Para mim, esta é a lição que temos para aprender com as pedras.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Da Simplicidade

Contemplamos a simplicidade com o encanto de uma criança. O que tem de tão magnífico naquilo que é mais simples? Quando olhamos para algo simples, humanamente comparamo-nos, e invejamos a ideia contemplada devido a esta estar em perfeita sintonia com a sua existência. É quando olhamos mais fundo dentro de nós mesmos, de nossos problemas, nossas chateações e indecisões, e percebemos que, de algum modo, devemos nos espelhar naquilo que é simples, mas não sabemos talvez como fazê-lo. Pois o que é simples é, e se satisfaz por sê-lo; não tem vontade de ser outra coisa, pois atingiu seu ponto ótimo. O que é simples é sábio, pois encontrou a verdade de seu próprio caminho.

Nosso fascínio pelo simples também se dá pela facilidade de compreendê-lo, no sentido mais profundo: sua forma, sua ideia, sua função e sua relativa constância no tempo. Olhamos isto perante a incompreensão de nosso próprio mundo, e por instantes (às vezes e alguns) conseguimos nos conscientizar que a simplicidade nos envolve, nos mostra o caminho e o sentido de nossas próprias vidas; e que a turbulência nada mais é que nossa criação mental, de uma mente tentando negar, pela pressão externa, que a vida nada mais é que o viver, e nada mais.

Afinal, é na simplicidade que se é capaz de meditar, de vislumbrar a ideia de nós mesmos, de resolver nossos problemas e de encontrar nosso lugar perante o uno. Sentir algo nada mais é que um momento de simplicidade, de deixar-se levar pelo que flui naturalmente, conscientemente, porém livre de algemas.

É da simplicidade que emana a beleza.

domingo, 1 de abril de 2012

Awaken

Sem palavras, assistam os vídeos. 
Amarram muitas outras pesquisas que têm sido feitas nos últimos dois séculos.
É só clicar:

- Uma Mensagem de Esperança - Parte 1
- Uma Mensagem de Esperança - Parte 2

sábado, 28 de janeiro de 2012

Dinâmica de Sucessões Sociopolíticas

Acredito ser importante entendermos o porquê de, ao analisarmos a história da humanidade, nunca termos chegado a um consenso sobre a estrutura social ótima, mesmo ao longo de milhares de anos de estudos em diferentes nações.

Compartilho assim uma ideia que parece, a princípio, fazer certo sentido, ao menos no meu limitado âmbito de conhecimento.

Pois imagine qualquer conjuntura social histórica, assim como as relações políticas e econômicas entre cada sociedade. Pense em algum momento no qual houve alguma revolução para efetuar o que seria uma troca de poderes, visando uma sociedade melhor para todos, uma vez que a maioria estava descontente com as atuais condições de vida.

Tal revolução, claramente, trouxe consigo algumas mortes "necessárias", muita intolerância perante aqueles que não aceitavam a nova visão (pois a "sociedade ótima" nada mais é que uma mera questão relativa), e conseqüentemente a marginalização do poder dos que apoiavam o antigo regime.
Mas enfim, o novo sistema, pós-revolução, agradava à grande maioria dos sobreviventes, que eram aqueles que o desejavam. Assim podem, tranqüilamente, se dedicar às coisas boas da vida, após o sentimento de orgulho e de missão cumprida, e levar uma vida de verdadeira paz interior.

Porém, note que tais sentimentos benevolentes não são inatos em nenhum ser humano, e necessitam de uma conquista para serem despertados. Assim, as pessoas que nasceram após a revolução começam a sentir que o mundo não é perfeito, que há ainda muitas coisas na sociedade que as desgosta, e é justamente nesta nova geração que nasce a ideia de uma nova revolução, tal qual fora a primeira, para troca do sistema sociopolítico (o que virá a se concretizar uma ou duas gerações depois, com o fortalecimento do novo ideal).

Deste modo, entra-se em um ciclo vicioso devido a nunca alcançarmos uma utopia (pois as ideias das pessoas em qualquer sociedade nunca serão iguais, tendo sempre uma geração revolucionária), fazendo-se a revolução necessária perante o descontentamento das massas.

Mas será que a revolução social teria, algum dia, o poder de realmente melhorar o mundo? Pois apesar da mudança da forma como a sociedade funciona, não pode-se esquecer que esta é formada tão somente por e para as pessoas. Portanto, não foi alterado, neste processo revolucionário, condições humanas internas, como o egoísmo, o orgulho, a moralidade, etc.. Sendo assim, teremos um novo sistema com os mesmos velhos ideais humanos, e portanto desencadeará uma nova revolução atrás da outra, com uma humanidade trocando constantemente de camisas (utopias), mas não sendo melhorada em nenhum momento.

O que tenho a concluir de tudo isto, é que a única mudança que pode melhorar as situações para todos é a mudança daquilo que compõe as sociedades, ou seja, o ser humano. Do contrário, estas estariam sujeitas à eterna troca de poderes, sem jamais contentar ao povo como um todo, alternando de tempos em tempos os beneficiados.

Pois sem o autoconhecimento, não se pode alcançar a felicidade e paz de uma jornada vitoriosa sem que haja uma causa externa para motivar tais sentimentos (como as revoluções de fachada). O caminho para isto é a evolução interna em cada um de nós e, quando nos apercebermos que tal revolução foi concretizada (sem guerras, sem discriminações ou marginalizações de outros seres que não a falta de moralidade), aí sim estaremos em uma paz perpétua, que se disseminará através da educação às novas gerações, ensinando como obter, também, tal revolução interna.


No dia em que o ser humano entender que faz parte de uma sociedade, não fará diferença o tipo de sistema: ele será completo.

domingo, 9 de outubro de 2011

Consciência

A consciência (do latim, estar ciente) tem nos designado e "hegemoneizado" há muito tempo, como seres filosóficos e científicos. Porém, mal conseguimos compreender o significado desta palavra em si, o que nos remete a problemática de termos, dentro de nós, um fenômeno incompreendido, cujo potencial então não pode ser plenamente desenvolvido, por falta de entendimento. Não pretendo neste texto descrever o que é consciência, mas sim fazer-nos refletir sobre este aspecto da mente com uma capacidade tão evolucionária, e quiçá buscar nossa própria resposta.

Dita como a estrutura mais complexa conhecida pelo ser humano atual, e fonte das capacidades mais incríveis de toda a vida, como a criatividade, a tomada de decisões e a sabedoria, com ramos que estendem ao material, como a criação artística e o reconhecimento do certo e do errado, do verdadeiro e do falso, a consciência começa a existir, do modo humano, a partir dos 2 anos de idade em média. Animais como os cães possuem uma capacidade muito menor de estabelecer uma consciência contínua, assim como as crianças com menos de dois anos; estes não entendem, por exemplo, a separação entre o seu corpo físico e o corpo físico de todo o resto.

Pode ser alterada por meio da mudança das freqüências a que nosso cérebro opera. Assim acontece, por exemplo, quando dormimos; de maneira inconsciente.
Quando estamos despertos, normalmente o fazemos na freqüência mais rápida, Beta. Quando começamos a relaxar, a freqüência baixa, e entramos no famigerado estado de Alfa. Abaixo de Alfa, e uma das características da consciência não utilizada pela humanidade, é que podemos "escolher" entre voltar a Beta e ficarmos despertos, ou entrar em Teta, de duas maneiras distintas: dormindo (modo inconsciente) ou meditando (modo consciente). Normalmente, entrar em Teta de maneira consciente exige certa prática, não muito difícil, sendo que várias escolas filosóficas ensinam (yôgis, budistas, dentre várias outras), de maneira diferente. Mas infelizmente, poucas pessoas ainda buscam esta faculdade mental. A meditação nos auxilia enormemente a encontrar a solução de um problema (qualquer que seja), esclarece e nos alinha com nossos objetivos, nossas atitudes, e nos permite interpretar de maneira mais clara e ampla os acontecimentos, os fatos, e a tomada de decisões.
Abaixo desta freqüência, temos a Delta, que em estado insconsciente determina o sono profundo, R.E.M., liberação de hormônios de crescimento e de cura; em estado consciente, este só pode ser atingido com muitos anos de treino em meditação, e determina estados como o Nirvana, o Samádhi, Hiper-Consciência ou Consciência Expandida, etc.. Nele, começamos a alcançar um outro patamar evolutivo (nossa última evolução mental, há centenas de milhares de anos, foi a consciência).
Para entender um pouco melhor sobre as freqüências mentais, de maneira simples e científica, acessem http://www.holosonic.com.br/os4estados.htm .


É chegada a hora, na história humana, em que estes conhecimentos estão acessíveis a todos que quiserem obtê-los; eu mesmo, sem buscar, já passei por três escolas completamente distintas que buscam este tipo de evolução mental. Sendo uma faculdade que a filosofia e a própria ciência já comprova como verdadeira em qualquer âmbito, não há motivos para não buscar-se seus benefícios, e sua evolução no patamar humano. Deveríamos pesquisar e praticar mais sobre a consciência, de modo geral, e entender de uma vez por todas o porquê do material não mais significar tanto ao espírito humano como outrora: é a própria essência da consciência, estando ciente do ambiente propício, buscando se expandir com felicidades mais grandiosas. Quais os grandes frutos que poderiam, então, surgir em nossa capacidade de compreender o universo em que vivemos? Aos poucos, vamos caminhando...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O que é Verdade?

Pensa-se ser fácil definir o que é verdade. Vamos lá, tente. O que é verdade? E o que é verdade, para você? E para o outro? E para todos?

Vivemos num tempo materialista. Tempos estranhos, cheio de dogmas improvados. Um deles é que a verdade é o cumprimento da ordem a que a física nos limita, como corpos, neurônios e energia.

Isto deve ser mesmo a verdade? Querem com isto pregar-nos uma verdade universal, transformar tudo em regras válidas para tudo, e quem sabe um dia prever o futuro.

Parando de enrolar, refletindo um pouco comecei a pensar que a verdade não é una. E ao mesmo tempo, deve ser pluralmente aceita, e não excludente.

Na ciência, que é a base que temos, erroneamente, assimilado 100% à verdade nos dias de hoje, são fatos tão somente físicos com uma explicação lógica, una em espaço e tempo; o que ela não nos fala é que é limitada a teorias até então críveis, que podem até mesmo estar erradas.

Na filosofia, verdade é aquilo que a nossa mente entende como verdade, sendo mutável de indivíduo para indivíduo, e portanto flexível, conseqüente da vida como força motriz para que a mesma possa existir.

Para a arte, a verdade se dá através da percepção sensorial mais pura o possível do mundo, sendo totalmente arbitrária e livre, sem fronteiras.

Para a política (a verdadeira, de politeia), verdade é tudo o que trás evolução à sociedade, o que a faz conviver em harmonia, o que a faz ser boa para todos, tornando-se uma verdade desejada pelos indivíduos.

Para a religiosidade, verdade é aquilo que nos dá sentido, seja um ser divino, seja nosso estilo de vida. Falo aqui do sentido literal de religião, da palavra re-ligare, que nada mais significa que re-ligar: nos ligar constantemente ao sentido de nossas vidas, àquilo que nos torna parte de um todo.

Quando se acredita apenas em uma das verdades acima, se fica cego, e todos os outros paralelos e suas verdades jazem ignorados, como que inexistentes. É importante construirmos nosso caminho calcado em estudos de todas estas verdades, sem descrer nenhuma delas, pois assim o caminho que trilharmos nesta vida se calcará como NOSSA verdade.

Há o velho conto (de autoria desconhecida), que exemplifica bem o que quero dizer:

Um dia, um Filósofo estava conversando com o Diabo quando passou um sábio com um saco cheio de verdades. Distraído, como os sábios em geral o são, não percebeu que caíra uma verdade. Um homem comum vinha passando e vendo aquela verdade alí caída, aproximou-se cautelosamente, examinou-a como quem teme ser mordido por ela e, após convencer-se de que não havia perigo, tomou-a em suas mãos, fitou-a longamente, extasiado, e então saiu correndo e gritando:

“Encontrei a verdade! Encontrei a verdade!”
Diante disso, o filósofo virou-se para o Diabo e disse:
“Agora você se deu mal. Aquele homem achou a verdade e todos vão saber que você não existe …”.
Mas, seguro de si, o Diabo retrucou:
“Muito pelo contrário. Ele encontrou UM PEDAÇO da verdade … Com ela, vai fundar mais uma religião e eu vou ficar mais forte!”


 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Harmonize-se

Pense na história como uma grande música, tocada por incontáveis instrumentos. Cada ser vivo tem em suas mãos um destes instrumentos musicais, de modo que pode escolher auxiliar ou não a história se tornar harmônica. Quando há harmonia, há contemplação.

Este pequeno pensamento pode mudar o mundo - conforme mais pessoas decidirem entrar na melodia. Não se trata de seguir a maré; se você não acredita que o tom tocado esteja certo, comece, com seu instrumento, a tocar no tom que acredite ser o certo, mas sem deixar de se encaixar à melodia. Aos poucos, as pessoas que gostarem do seu novo tom irão querer te acompanhar, em um efeito dominó, e o tom aos poucos mudará.

É importante saber respeitar o tom dos outros, mesmo os que não vão de encontro ao seu; não se esqueça que sem os outros instrumentos, você não teria espaço para tocar.

Como saber ser harmônico? Precisamos aprender a tocar. É necessário entender o teu instrumento, afiná-lo, e saber como tocá-lo. Pode ser ensinando as outras pessoas, fazendo-as rir, construindo casas, desenhando, aconselhando, descobrindo novas coisas, tocando uma música que faça bem aos outros, protegendo o meio-ambiente, até mesmo fazendo contas para ajudar os outros a produzirem, enfim, qualquer coisa que gostemos de fazer, e melhore a melodia. Importante destacar que isto não precisa, necessariamente, ter a ver com o seu trabalho, sua profissão; não é preciso deixar de ser admnistrador para ser pintor, professor, construtor, ativista...

Não importa também se seu instrumento é caro, barato, simples ou arrojado; o que importa é apenas tornar a melodia mais bela.


A melhor música é aquela criada com o coração. Esta não necessita de pensamento, apenas da prática de um experiente músico.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Os Analectos

No século V a.C., com o falecimento do mestre Confúcio, seus discípulos escreveram o livro que mais propagou suas ideias de benevolência, moralidade, política e retidão. Tal obra se denomina "Os Analectos", e descreve diversos pequenos ensinamentos de Confúcio, que realmente podem ser ricamente utilizados ainda nos dias de hoje.

Após ler esta pequena obra, de grandeza incomensurável para a vida de qualquer ser humano, separei alguns analectos os quais senti a necessidade de expressá-los, conforme abaixo.

"Gostar de algo é melhor do que meramente conhecê-lo, e encontrar alegria neste algo é melhor do que meramente gostar dele."

"Apenas o homem benevolente é capaz de gostar de outras pessoas."

"Todos os dias, examino a mim mesmo sob três aspectos. Naquilo que fiz pelo bem-estar do outro, falhei em fazer o meu melhor? Ao tratar com meus amigos, falhei em ser fiel às minhas palavras? Ensinei aos outros algo que eu próprio não tenha experimentado?"

"Merece ser professor o homem que descobre o novo ao refrescar na sua mente aquilo que ele já conhece."

"O povo pode ser obrigado a seguir um caminho, mas não pode ser forçado a entendê-lo."

"A menos que um homem tenha o espírito dos ritos, ao ser respeitoso ele vai exaurir a si mesmo, ao ser cuidadoso ele vai se tornar tímido, ao ter coragem ele vai se tornar indisciplinado e, ao ser íntegro, ele vai se tornar intolerante."

"Governe por meio de editos, mantendo na linha com punições, e o povo se manterá longe de problemas, mas não será capaz de sentir vergonha. Guie-o pela virtude, mantenha-o na linha com os ritos, e o povo, além de ser capaz de sentir vergonha, reformará a si mesmo."

Fan Ch'ih perguntou: "Posso perguntar sobre o acúmulo da virtude, a reforma dos corrompidos e a admissão do mau julgamento?". Confúcio disse: "Que esplêndida pergunta! Colocar o serviço prestado acima da recompensa, não é isso acúmulo da virtude? Atacar o mal como o mal e não como o mal de um homem em particular, não é isso o caminho para reformar os corrompidos? Deixar que um repentino ataque de raiva faça com que você esqueça da segurança da sua própria pessoa ou mesmo da dos seus parentes, não é isso um mal julgamento?"

"É suficiente que as palavras utilizadas por alguém comuniquem seu sentido."

"O homem sábio nunca fica indeciso. O homem benevolente nunca fica aflito. O homem corajoso nunca tem medo."

"Fazer pergunta é, em si, o rito correto."

"A benevolência constitui o mais belo aspecto de uma vizinhança." 

"Na antigüidade, os homens relutavam em falar. Isso porque consideravam vergonhoso se não conseguissem ser fiéis às suas palavras." 

Tzu-Kung perguntou sobre como os amigos devem ser tratados. Confúcio disse: "Aconselhe-os o melhor que puder e guie-os corretamente, mas pare quando não houver esperança. Não peça para ser rejeitado."

"É possível amar alguém sem fazer com que essa pessoa trabalhe duro? É possível dar o melhor de si por alguém sem educá-lo?" 

"Se um homem, à vista de uma vantagem a ser obtida, lembra-se do que é certo, se, em face do perigo, está pronto para dar a própria vida e se não esquece seus princípios mesmo quando passa por longos períodos de dificuldade, então ele pode ser chamado de completo."

"Promessas feitas imodestamente são difíceis de se cumprir."

"Uma pessoa que exige muito de si mesma e pouco dos outros ficará a salvo de críticas."

"Uma vez passei todo o dia pensando, sem comer nada, e toda a noite pensando sem ir para a cama, mas descobri que nada ganhei com isso. Teria sido melhor gastar o tempo estudando."

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Linha Tênue

Modéstia . Hipocrisia
Paciência . Tolerância
Coragem . Insensatez
Sensatez . Medo
Humor . Constrangimento
Amor . Ódio
Paz . Egoísmo
Arte . Agradável
Justiça . Capacidade
Lucidez . Certeza
Certeza . Engano
Admiração . Inveja
Lealdade . Fanatismo
Bravura . Cobiça
Caminho . Dogmatismo
Querer . Seguir
Verdade . Opinião
Interesse . Curiosidade
Impressão . Esquecimento
Benevolência . Auto-estima
Entendimento . Credo

Separados por uma linha tão tênue...

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Não é o que você diz...

...mas sim o que você Faz, que vai mudar as coisas.

"Love is all you need. " - John Lennon & Paul McCartney

domingo, 10 de abril de 2011

O Fator Humano

Em que o ser humano se difere dos demais seres vivos baseados em carbono?

Desde o início da era histórica, nós temos pensado que somos algo mais que os animais e vegetais.
E que chocante não foi, quando Darwin (ou não) revelou que somos apenas a evolução do macaco!

Sobre os vegetais, a questão se resolve de maneira fácil, uma vez que somos realmente diferentes.
Apesar de que é um erro pensar em tais formas de vida como "paradas". Quem lida com plantas, sabe que na verdade elas se movimentam a vida toda, para todas as direções, de forma estratégica e inteligente; mas num ritmo tão lento em comparação ao nosso, que leva horas para a movimentação de alguns centímetros, o que nos faz pensar que elas estão lá, "paradas".
Assistam uma figueira atacando uma outra árvore ou objeto, em sequência de fotos, que irão perceber.
Ou mesmo a estes vídeos: Movimentação em 56 horas / Movimentação em 6,5 horas
Pensem que, há milhões de anos, quando haviam apenas vegetais, estes eram os seres mais rápidos da terra.

Mas algumas pessoas chegam a pensar que os animais não têm raciocínio, e isto os faz diferentes de nós.
Bom, refutar isto não dá muito trabalho. Quando um cão sobe numa cadeira para lhe roubar comida, ele não teve que bolar um raciocínio?
Quando hienas se unem para caçar, isto não é uma estratégia? Assim como os peixes formam cardumes?
E as mariposas brancas, que buscam árvores brancas para se camuflar?

Há também a ideia de que só os humanos conseguem planejar as coisas.
Que absurdo! Para quê, então, formigas juntam alimento para poderem comer em épocas chuvosas?
Para quê as aranhas constroem teias, e os pássaros ninhos?
Para quê muitos animais alimentam seus filhotes?

Muitos pensam que animais pensam apenas na própria sobrevivência.
Errado novamente. Quem nunca viu uma matilha brincar de "pique"?
Há também os golfinhos, que literalmente brincam com círculos de ar criados por si mesmos.
E para que fazem isto? Certeza que não é apenas para sobrevivência.

Animais não podem amar, é no que muitos acreditam.
Ora, e aquela festa toda que os cachorros domésticos fazem quando chegamos?
E o que dizer da mãe que cuida de seu filhote?
"É instinto", muitos dizem. Então assistam isto.

Agora, a teoria mais aceita por muitos, é a de que humanos são os únicos seres capazes de filosofar.
Rejeito esta hipótese. Impossível prová-la.
Como saber se um pequeno peixe de aquário, ou uma vaca num matadouro, ou um pássaro, ou uma lagartixa, não têm a capacidade de se perguntar "o que estou fazendo neste mundo?"?
Por qual razão deveríamos acreditar que outros animais não filosofam?

Tive uma nova ideia do que o ser humano se difere de todos os outros animais.
Nós somos os únicos que acreditamos que somos destinados a algo maior do que sermos animais.
Por este motivo, buscamos fazer coisas diferentes do que o animal humano faria.
Buscamos deuses, conhecer as estrelas, construir coisas que ajudam a construir coisas, criamos patrimônios, e equipes organizadas.
Já vi um golfinho brincando, mas nunca vi um criando regras de um jogo chamado "golfinhoball".
Eis a grande diferença, entre o homem e o macaco.

O grande problema, é que a maioria de nós acaba não conseguindo responder a esta pergunta:
"A que somos destinados?"
Por este motivo, muitos acabam caindo no conto da sociedade contemporânea: o objetivo é chegar a deus, o objetivo é ter mais dinheiro, o objetivo é fazer o bem, etc etc etc
Mas será que aquilo que acreditamos, que nos faz ser diferente dos animais, é, afinal, verdade?
Até quando destruiremos o planeta por acharmos que somos alguma coisa?

Mais uma vez, uso Sartre: "O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo."

sábado, 2 de abril de 2011

Indução da Virtude / Dedução do Vício

Esse post é dedicado à Luh, pois a ideia me veio à cabeça numa conversa não programada num banco perdido, como o são as melhores.

Muitas vezes, criticamos as pessoas devido aos seus defeitos. É normal, quando vimos uma atitude de extrema ignorância de outra pessoa, ficarmos indignados, revoltados, e por vezes irritadiços com a própria pessoa que cometeu o erro, como uma forma de puni-la.
Mas, olhando numa minuciosa visão de 360 graus, de que isto realmente adianta?
A primeira ideia que vem na cabeça de muitos nós diante do erro de outrém, conscientemente ou não, é a questão da punição.
Aos que realmente acreditam que a punição pelos atos imorais pode demonstrar à pessoa que é errado cometê-los, vamos refletir um pouco mais acerca deste assunto:


Digamos que uma pessoa seja injusta, egoísta, etc.. O que normalmente a sociedade faz com uma pessoas desta (por métodos mais ou menos radicais) é tentar puni-la, para que ela entenda que cometer tais atitudes implica num mal-estar social e que a sociedade lhe cobrará um preço.
Esta é mais ou menos a lógica que estou aqui disposto a demonstrar o quanto é ineficiente.

Quando uma pessoa é imoral, ela o é por acreditar que pode levar a vida deste jeito.
Deste modo, com maior ou menor intensidade, tal noção de que ela pode praticar injustiças e imoralidades estará presente em todos os âmbitos de sua vida: entre amigos, no trabalho, com a família, em sua relação com o meio em que vive, etc, claro que em maior ou menor intensidade conforme o ambiente.
Quando alguém chega nesta pessoa, para conversar, para tentar esclarecer que o que ela faz é errado, o foco estará sendo totalmente dado na parcela de sua vida no qual tal imoralidade é mais transparecida.
Por exemplo, se a pessoa só é injusta com os amigos, mas consegue controlar razoavelmente isto no ambiente de trabalho, familiar e outros, apesar de dar algumas mancadas menores. Então, seu amigo irá tentar persuadi-la a deixar de ser assim, mas apenas entre suas amizades.
Digamos agora que este amigo foi bem-sucedido, e o malfeitor realmente se convenceu, e quer mudar. E daquele dia em diante, ele realmente começa a tratar com ética todos os seus amigos.
O problema, é que como a sua própria crença ainda lhe condiz que ela pode ser imoral na vida, ela terá sua potencialidade em sê-lo nos demais ambientes. Ou seja, ela conseguiu apagar a ideia de que pode ser imoral nas amizades, mas não apagou a ideia de que pode ser imoral no trabalho, pois continua a imaginar a sua vida como uma possibilidade imoral.
Algum tempo depois, como um vírus que se propaga do ambiente de trabalho para as amizades, ela volta a pensar que, como ela pode ser imoral na vida, não haverá problemas em ser imoral com os amigos, e torna a fazê-lo.

A principal conclusão que pude tirar disto é que é completamente ineficaz tentarmos induzir a noção de que uma determinada pessoa erra por vício, à ela mesma.
O único modo da pessoa deixar de cometer os vicios, é por dedução própria, ou seja: ela mesma se conscientizar de que não quer mais este vício, e começar a, minuciosamente, limpar seu vício de todos os ambientes de sua vida.
E, após isto, fazer um verdadeiro policiamento (coisa que, na verdade, todas as pessoas, mesmo as mais éticas, precisam) para que a "sementinha do mal" não volte a assombrá-la em nenhum ambiente.
Isto é o tratamento pleno para curar a injustiça, o egoísmo, e a imoralidade, mas, infelizmente, só o próprio "doente" pode ser seu médico neste caso.

Daí já podemos tirar algo valioso: todos nós temos defeitos. E para extingüi-los, não adianta esperar que algo externo aconteça, ou que alguém venha lhe socorrer: só nós mesmos temos este poder.

Mas pelo mesmo raciocínio, se por um lado não podemos fazer as pessoas deixarem de ser piores, nós conseguimos sim ajudá-las a serem melhores.

Pois pensemos nas virtudes de uma pessoa: se nós, em uma conversa, chegarmos e dissermos "cara tu é mesmo muito honesto no seu trabalho, por isto que eu gosto de ser teu amigo", isto irá incentivá-la a ser mais honesto ainda, pelo mesmo princípio da punição-recompensa.
Como tal estilo de vida não pode ser suprimido pela imoralidade, uma vez que a pessoa toma suas atitudes morais por acreditar que possa levar uma vida moral, os incentivos recebidos à uma vida honesta no trabalho irá fazer com que tal moralidade se propague aos outros ambientes (amizade, família, etc), buscando a mesma recompensa.
Assim, ao contrário dos vícios, realmente faz efeito induzirmos uma pessoa à trabalhar suas virtudes.


A grande conclusão que quero extrair disto tudo, é que não vale a pena (pela lógica desenvolvida) tratarmos mal alguém pelo simples fato dela não ser uma boa pessoa.
O fato dela não ser uma boa pessoa deve impactar sim, no âmbito racional de nossa personalidade (kama-manas), a não termos o desejo em conviver com ela.
Porém, isto não deve ser levado para o nosso lado sentimental, uma vez que não adiantaria destratá-la, gerando apenas mais intrigas e mal-estares entre as duas pessoas.

Então, por mais que a pessoa tenha dado mancada contigo, tenha sido completamente imoral, seja astuto: não permita que ela te magoe novamente.
Mas também seja melhor do que ela: trate-a com um sentimento verdadeiro e nobre que você despendiria a seus melhores amigos, mesmo sabendo que ela pode não merecer.
Assim, você não irá conseguir fazer com que a pessoa melhore seus defeitos, mas ao menos fará com que ela melhore em suas qualidades.

E eu vou terminar este post, com um pensamento muito sábio, da própria Luh, que publicou no seu orkut conforme abaixo:

"Nossa permanência neste mundo é como uma fila indiana, levamos 2 placas penduradas, a da frente mostra nossas virtudes e a de trás nossos defeitos.
Não olhemos a do nosso companheiro da frente pois corremos o risco de estarem fazendo o mesmo conosco.
Não devemos desperdiçar nosso tempo com coisas inúteis.
O tempo passa depressa demais, é preciso entender esta questão, quanto mais cedo melhor."
 - Luciene Sousa Silva

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um Bom Exemplo

O que mais quero nesta vida, é melhorar o mundo.
Não por causa de reconhecimento, glória, nem para chegar a algum tipo de paraíso e ser recompensado, antes ou depois da morte.
É porquê simplesmente é difícil ser inatingível, frio (e isto, dizem que eu ainda sou) quando você anda em qualquer lugar - desde um ônibus lotado até a mais elitizada biblioteca - e percebe que a grandíssima maioria de pessoas ao redor de ti, bem mais que 95%, não sabem nem mesmo o que estão fazendo aqui, são materialistas, hipócritas, ignorantes, e por aí vai.

Nestas horas, sinto que grande parte da vida de toda humanidade é desperdiçada segundo-a-segundo. Pessoas boas não sabem onde encontrar sua felicidade, e acabam por ser ludibriadas, acreditando que poderão comprá-la. E vivem a vida se esforçando para dar foco às coisas materiais, buscando enxergar nelas a felicidade, e se contentando, com medo de largar esta felicidade artificial e se lançar às verdadeiras atitudes que completariam sua vida.

Desde que comecei a enxergar verdadeiramente o mundo, a "sair da caverna", e percebi que o sentido das coisas não é divino, mas sim humano, comecei também a perceber como a humanidade, como o nosso sentido, foi atualmente perdido.
A partir daí, decidi tentar melhorar o mundo, ou melhor, melhorar as pessoas. 

Primeiro, com caridade. Porém, aí não encontrei uma boa solução, pois dar algo a alguém não muda a pessoa que está recebendo. Ela fica grata, utiliza com gosto o que ganhou, mas nada é acrescido em seu interior, na sua essência, no que realmente importa.

Depois, decidi atacar de frente tudo aquilo que eu via de errado. Era eu contra o mundo.
Após muito stress, estudo, e pouca atividade (que já estava prometendo virar muita), dei sorte em perceber que nenhuma - pesquise - revolução radical, por mais que bem-intencionada, acaba gerando o bem-estar social. Isto ocorre porquê toda a revolução se baseia no ideal de alguém, que sempre vai ter um lado contra, e mesmo no lado que a apóia, haverá divergências de pensamento, que culminarão, cedo ou tarde, numa agressividade ou abuso da forma de sociedade estabelecida.

Então, decidi estudar, estudar muito, me internar lendo livros, livros e mais livros.
Isto se mostra, sim, muito importante.  O problema é que comecei a acreditar que apenas com o conhecimento, o mundo seria mudado. Quis escrever uma ótima tese de como a sociedade poderia ser melhor, divulgá-la, e pronto, achar que minha parte estava feita.
Mas o problema está justamente no fato de que a maioria não sabe pensar, não lê. Se torna impossível fazer uma mudança pela sociedade.
Fazer algo disto é se iludir de que você fez algo inteligente pelo mundo, quando na verdade nem todo ato de uma pessoa inteligente, é sábio em si.

Só então entendi, que o único jeito de mudar as coisas, é uma revolução interna. Em mim, e em todas as pessoas. Cada pessoa deve se revolucionar, tornar um sábio, por conta própria, de seus próprios pensamentos.
E que o melhor modo de fazer as pessoas pensarem, não é fazendo discursos, escrevendo livros, fazendo propaganda. O grande problema dos que querem mudar o mundo, é que eles falam muito e ouvem pouco do que têm ao seu redor.

A única forma de atingir as pessoas, é ser o melhor de si com as mesmas. É dar o exemplo, mostrar o caminho, e não forçá-la a segui-lo.
O exemplo, bem ou mal, acaba por fazer a pessoa pensar. Demonstra que há felicidade verdadeira em atitudes não-materialistas, mas sim humanas.
Não adianta ir contra, atacar com palavras, pedir pra mudar. Apenas converse, não sobre a negação do estilo de vida de outra pessoa, mas sim sobre o estilo de vida que você mesmo leva.
Ganha-se o pensamento pela curiosidade, pela liberdade, e não pela repressão.
O mundo muda com atitudes; não adianta ser um intelectual que não age, mas também não adianta ter atitudes tolas, sem base inteligente.

E se ninguém mudar, paciência. Mas é muito mais construtivo que tentar mudar um todo que não quer mudar.
E funciona, isto eu percebo nas poucas pessoas que aos poucos tem se libertado pelo simples fato da convivência.


E nunca nos esqueçamos: por mais sábios que sejamos, fazemos parte deste todo. Não adianta tentar se isolar do mundo ignorante, pois você está imerso nele como um peixe no oceano.

O segredo de toda a felicidade em sociedade, encontro na velha frase do John Lennon:
"Deixo as coisas que amo livres. Se voltarem, é porquê as conquistei. Se não, é porquê nunca as tive."

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sobre Ser ou Não Ser Ético

Questiono-me profundamente, em diversos momentos, se estou agindo de maneira ética ou não.

Decidi retratar um pouco do que se passa nestes questionamentos.

Afinal, mesmo quando tomo uma atitude julgada como "eticamente correta", seria mesmo, aquém de seu julgamento, uma atitude ética?
Pois eu poderia tê-la tomada apenas e tão somente, por exemplo, em função do reconhecimento ofertado pelos outros, ao observarem tal atitude, ou algum outro tipo de recompensa indireta.

Ou, ainda, mesmo que ninguém tome conhecimento de minha atitude ética, pode ser simplesmente um método de provar a mim mesmo que estou sendo ético, o que satisfaz o meu desejo de sê-lo. Mas isto não necessariamente caracteriza a minha vontade, em sua forma pura.

Isto também nos leva a uma outra questão: desejar ser ético, independentemente de ter ou não atitudes éticas, lhe torna uma pessoa ética?
Algumas vezes, reconheço atitudes minhas (passadas, presentes ou futuras) como não éticas, e isto me traz o desejo profundo de ser ético nestas situações. Apenas desejar, pode ser ético?

Eu acredito que não. Pois toda filosofia de vida, se não colocada em prática, de nada vale.
Porém, ao mesmo tempo, não podemos julgar alguém como "mal" pelo simples fato da pessoa não colocar em prática suas atitudes éticas, sendo que as deseja, e as reprime.

E se em algum momento fazemos o "bem" por algum tipo de recompensa indireta, e que poderia ser julgado como ético (apesar de não ter uma origem verdadeiramente ética), então isto pode ser considerado ético?

Também acredito que não, pois então fazer algo para ganhar status social seria algo ético, o que não o é, por haver interesse.
Ao mesmo tempo isto poderia sim tornar o mundo melhor, como um "mercado de ética", então como não poderia ser algo bom? Será que o "bom" pode divergir do ético?

A outra questão que me coloco, é: fazer algo que não seja julgado como ético, apesar de que para sua filosofia de vida, é ético, torna tal atitude não-ética?
Eis aonde ainda reside minha dúvida...

Difícil responder. 
O anjinho e o diabinho estão sempre presentes, e nós sabemos sim qual é o anjinho.
Só não descobrimos ainda o quão importante é segui-lo.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Os Fins Ocasionam os Meios

E porquê os justificariam? Uma vez que o "fim", neste contexto de "objetivo", nada mais é que uma utopia que nos motiva a seguir em frente.
Comparo à uma utopia devido ao fato de, mesmo que chegarmos ao "fim" desejado, este nunca será tão perfeito quanto o era em nosso imaginário.
Por mais que conquistemos todos os objetivos criados em vida, nunca estaremos em um estado de plenitude interna.

Até aqui, tudo bem, mas... sabendo disto, e aceitando tal ideia, não seria possível brincar com isto?
Quero dizer que tudo de bom que vivemos na vida são os meios, nunca os fins. Pois o fim para de ser bom no exato momento que se adquire a consciência de que se está imerso neste.
O que aconteceria, então, se taxássemos tudo como um objetivo, como um fim?
E não me refiro aqui a taxarmos de pequenos fins dentro de um fim maior, mas sim taxarmos tudo ao nosso redor, todas as possibilidades, como um grande e imenso fim, o qual sempre tenderemos a chegar, cada vez mais próximos, mas nunca chegaríamos?

Pois o quanto importa, aliás, chegarmos ao nosso objetivo? Isto nada mais é que uma ilusão necessária para que pensemos que temos que chegar lá, e assim vivermos plenamente enquanto buscamos algo apenas. Mas a consciência de que a nossa vida está imersa na busca, e não na linha de chegada, pode nos trazer algo muito mais importante, que é o conhecimento do que faz a nossa vida valer a pena.


Deste modo, poderíamos descartar os fins, os meios, e toda esta parafernália que seria necessária para vivermos plenamente, e aprendermos que toda a "fórmula mágica" na verdade está dentro de nós, mas que por ignorância só a utilizamos como força para buscar um fim cujo objetivo nada mais é que despertá-la... eis o ciclo vicioso que precisa ser quebrado, para podermos encontrar o verdadeiro caminho a trilhar, e não apenas trilhar um que se pareça com o que traçamos.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Lucidez

Este é apenas um desabafo de um dia tão estranho quanto o hoje está sendo.

Com certeza oq sinto neste momento não é algo que veio do nada, nem veio da constante prática consciente de algo.
Na verdade, provavelmente são frutos de inúmeros acontecimentos tão independentes quanto eles possam ser, que tem se manifestado, em minha percepção, de uma forma conjuntamente muito estranha.

O que quero dizer com "estranho" é uma série de acontecimentos coincidentemente anormais que me envolveram entre ontem de noite até o presente momento.
Coisas pequenas, como meu computador ter pifado simplesmente do nada, até coisas mais graves, como saúde e bem-estar da minha família. Tudo num pequeno intervalo de tempo, de algumas horas.
Isto me exigiu uma capacidade de ter que reagir alternativamente em diversas situações da minha vida. Acho que esta mudança brusca acabou por desencadear algo mais.

O que passei a sentir, na verdade, foi uma grande lucidez. Sempre pensei que a lucidez em si implica no bem-estar.
Mas a coisa não está acontecendo bem assim...

Primeiro, sinto como o universo é, na verdade, algo fluído. E em como, ao menos, eu, me prendi em cada situação como algo concreto, o que não é.
Na verdade, já tinha esta consciência de que tudo muda na vida. Qualquer pessoa com um mínimo de inteligência sabe que não se pode contar com o que é certo.
Mas, ainda assim, eu costumava me prender às coisas, como uma forma de me normalizar perante a sociedade, focando numa rotina mas ao mesmo tempo visando a sua mudança.
Com isto, perdia cada vez mais a posição de liberdade em mim mesmo, visando uma libertação futura daquilo que é chamado de rotina.

A rotina, afinal, nem deveria possuir uma palavra. Pois ela não existe.
A liberdade mental não é a fuga da rotina. É simplesmente não se aplicar o seu conceito, em nenhum dos lados desta pseudo-moeda.


O que me dói, ao conseguir abstrair as coisas, é ver como elas vão de mal a pior.
Como as pessoas nem sabem o porque levam sua vida em frente.
É ver como elas se acovardam perante o injusto.
É ouvir como elas se imbecializam perante o discurso sério.

Eu me acovardei hoje também, em uma das situações estranhas.
E deixei de ajudar com simples palavras, por ter ficado como um idiota perplexo ao ver que ninguém ajudou também.
Fomos todos um bando de imbecis naquela situação em particular.

Fui, em si, um negligente, um covarde, só porque não conhecia a pessoa injustiçada.

E por quantas situações não os somos em nossas vidas, apenas por pensar "este problema não é meu"?
Quanto o mundo não deixou de ser um lugar melhor devido à negligência das pessoas?


Não é tão difícil assim mudar o mundo, mas ainda assim, deixamos de fazê-lo, mesmo quando fazemos lindos discursos em prol do próprio ideal.
Não são nossos discursos que movem o mundo. São nossas atitudes.

Quantas vezes não deixamos de melhorar as coisas por pura preguiça?


Pior que ficar preso na própria ignorância, é ficar preso na própria covardia.


Posso ter ficado louco, querendo que o certo fosse certo feito deste jeito.
Mas que outro desastroso pecado, senão a negligência do egoísmo, deveria ser retirado do mundo?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Política

O ambiente faz o pensamento. E esta praga de ambiente político brasileiro, na época de eleições, infelizmente, me fez pensar.

Em primeiro lugar, pensei o quanto a política nada mais é do que uma força exclusivamente burra. Não estou dizendo isto como ofensa ou por indignação (apesar de estar, sim, indignado com muitas coisas). É que, literalmente, a política é o contrário do intelecto.

Pois vejamos assim: o que é política? Não seria toda uma rede de trâmites, contatos, propaganda, força bruta e, principalmente, lábia e poder de persuasão, utilizado como meio para se chegar a um fim? Ou seja, a política é todo o meio para se chegar a um fim, que não se utilize da racionalidade das pessoas.

Pois procura conduzi-las pelo sentimento (medo, patriotismo, desejo de bem-estar), e usufrui destas características humanas para colocar o político no poder. Mesmo quando a política age pela verdade, acaba fantasiando a verdade como melhor ou pior, de modo a melhor coordenar o bando de gente para a direção que melhor agrade o líder.

O problema, em si, não está na política; a falta de racionalidade das pessoas até poderia ser utilizada por um ser ético, e coordenar a todos para uma situação melhor.
Mas a coisa fica feia quando o bando, em si, não se deixa perceber que está sendo coordenado pelo sentimento e deixa a razão de lado, em uma hora que esta última deveria governar.
Neste ponto, fica muito fácil para o político levar o povo para o caminho que ele quiser, pois a maioria segue sem se preocupar para onde está indo.

Eis o erro da democracia política. Critiquem-me o quanto quiser, mas uma democracia política não funciona em um país de ignorantes. Dá nisto: como a maior parte das pessoas não possuem conhecimento algum, acabam elegendo um palhaço (nunca imaginei q fosse dizer isto, mas, literalmente um palhaço) que leva 23 (VINTE-E-TRÊS) políticos a se candidatarem, estes sem nem ao menos se preocuparem em mostrar a fuça para o povo

Desculpem, mas acho a democracia política, em seu estado evolutivo atual, simplesmente ridícula! Como pode, por exemplo, o voto (ou OPINIÃO) de uma pessoa de 50 anos, que estudou política, educação, economia, história, direito, sociologia, geografia, e tenha doutorado em alguma destas áreas, valer exatamente a mesma coisa que o voto de um moleque de 20 anos que nem tenha terminado o ensino médio, que nem ao menos se dê ao trabalho de entender como funciona o sistema de votos que ele irá participar?

Minha sugestão, que já contei a diversos amigos (alguns concordam, outros não, naturalmente), é haver uma espécie de peso para o voto, baseado nos estudos, ou em alguma pontuação feita em algum exame nacional. Enfim, que seja este ou não o melhor caminho. Mas a coisa realmente não deveria ser como no parágrafo acima. É ridículo.

Outra coisa ridícula é um indivíduo que não possua nem ensino fundamental (não saiba nem o que é uma mitocôndria, muito menos uma constituição) consiga se candidatar a qualquer cargo. Acho que os candidatos deveriam passar por um grande teste, dificílimo, antes de serem permitidos a governarem algo. A constituição deveria ser refeita. Já é hora.

Por fim, este texto não serviu para nada mesmo. Nada muda se o povo não muda.
Seguem abaixo umas frasesinhas que fiz na inspiração destas patéticas semanas.

Política é toda força que não atua pela inteligência.

A aceleraçao tecnológica é positivamente correlacionada com a desaceleração política.

O mundo está cheio de imbecis, que ainda acreditam em papai noel, que julgam mas não sabem pensar, que sabem o que é certo mas ninguém tem coragem para fazer, contaminados pela pseudo-epidemia, mediocrizados na mesma rotina; ou são cegos, ou não querem ver.

E, como diria George Orwell: "Ignorância é Força". E força política.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Felicidade

Não pretendo neste post definir a felicidade. Acredito que cada um tenha seu próprio caminho a escolher, assim como sua própria egrégora que fará parte de sua vida.

Só queria discutir, ou iniciar uma discussão, à despeito do que li em um livro de dois neurocientistas com relevância no assunto. Trata-se de um capítulo sobre como a felicidade é formada no cérebro humano.

Um conceito que achei muito interessante, foi o de que todos nós temos uma determinada felicidade, moldada pela forma como encaramos as coisas em nossas vidas; é afirmado no livro que, por exemplo, após uma pessoa não-milionária ficar rica do dia para a noite (loteria, investimento certo, etc), seus níveis de felicidade (determinados por n fatores) aumentam... mas apenas no curto prazo! Claro que haveria para sempre muito menos tristeza na vida desta pessoa, sem preocupações com trabalho, contas, etc...

Mas no médio e longo prazo, todos nós tendemos a voltar a um ponto de equilíbrio de felicidade que é determinado pura e simplesmente pela nossa mente, pelo modo de como decidimos viver cada momento de nossas vidas.

Isto é válido para quem encontra um grande amor, ganha muito dinheiro, ou mesmo o contrário: perde a visão, perde entes próximos, etc.. Tudo sempre acaba voltando à normalidade que nós determinamos.

Mas se somos nós quem determinamos esta normalidade, então no longo prazo o nosso nível de felicidade, apesar de sofrer choques de curto prazo, pode ser pré-estabelecido por nada menos que nossa mente. Ou seja, independe das coisas exteriores, das pessoas com quem você convive, do seu trabalho, etc.. Acredito que estas externalidades à mente, são na verdade meras conseqüências produzidas pelo nosso interior. Nosso nível de felicidade determina as pessoas que temos mais facilidade de nos aproximar e aumentarmos a própria felicidade, por exemplo.

Comecei a experimentar isto. Em cada atitude que tenho que tomar, simplesmente decido que farei desta decisão (e de sua conseqüência) algo bom. E é incrível como isto funciona de maneira tão simples! De um momento para outro, ficou muito mais fácil fazer coisas úteis, mas antes cansativas - exercícios físicos, estudar, pegar um ônibus lotado... o segredo é se concentrar em deixar sua mente "limpa" da parte ruim da coisa, e se concentrar apenas e tão somente na parte boa - e há uma parte boa, caso contrário a decisão não teria sido tomada...

Enfim. É só isto. 
Apenas pense, quando se sentir infeliz, que é você mesmo que está optando por deixar de sentir felicidade. Deseje melhorar, sempre, e tenha noção do quanto uma situação é ou não ruim. Mas não deixe-a influenciar a ti mesmo pelos maus momentos, e nem faça de si mesmo dependente de externalidades. Você é o que há aí dentro, e nada mais.

E como já discuti em outro post, felicidade não é o único objetivo... 
mas é uma grande motivação!