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Este blog foi criado com o intuito de divulgar ideias e expandir limites.

domingo, 9 de outubro de 2011

Consciência

A consciência (do latim, estar ciente) tem nos designado e "hegemoneizado" há muito tempo, como seres filosóficos e científicos. Porém, mal conseguimos compreender o significado desta palavra em si, o que nos remete a problemática de termos, dentro de nós, um fenômeno incompreendido, cujo potencial então não pode ser plenamente desenvolvido, por falta de entendimento. Não pretendo neste texto descrever o que é consciência, mas sim fazer-nos refletir sobre este aspecto da mente com uma capacidade tão evolucionária, e quiçá buscar nossa própria resposta.

Dita como a estrutura mais complexa conhecida pelo ser humano atual, e fonte das capacidades mais incríveis de toda a vida, como a criatividade, a tomada de decisões e a sabedoria, com ramos que estendem ao material, como a criação artística e o reconhecimento do certo e do errado, do verdadeiro e do falso, a consciência começa a existir, do modo humano, a partir dos 2 anos de idade em média. Animais como os cães possuem uma capacidade muito menor de estabelecer uma consciência contínua, assim como as crianças com menos de dois anos; estes não entendem, por exemplo, a separação entre o seu corpo físico e o corpo físico de todo o resto.

Pode ser alterada por meio da mudança das freqüências a que nosso cérebro opera. Assim acontece, por exemplo, quando dormimos; de maneira inconsciente.
Quando estamos despertos, normalmente o fazemos na freqüência mais rápida, Beta. Quando começamos a relaxar, a freqüência baixa, e entramos no famigerado estado de Alfa. Abaixo de Alfa, e uma das características da consciência não utilizada pela humanidade, é que podemos "escolher" entre voltar a Beta e ficarmos despertos, ou entrar em Teta, de duas maneiras distintas: dormindo (modo inconsciente) ou meditando (modo consciente). Normalmente, entrar em Teta de maneira consciente exige certa prática, não muito difícil, sendo que várias escolas filosóficas ensinam (yôgis, budistas, dentre várias outras), de maneira diferente. Mas infelizmente, poucas pessoas ainda buscam esta faculdade mental. A meditação nos auxilia enormemente a encontrar a solução de um problema (qualquer que seja), esclarece e nos alinha com nossos objetivos, nossas atitudes, e nos permite interpretar de maneira mais clara e ampla os acontecimentos, os fatos, e a tomada de decisões.
Abaixo desta freqüência, temos a Delta, que em estado insconsciente determina o sono profundo, R.E.M., liberação de hormônios de crescimento e de cura; em estado consciente, este só pode ser atingido com muitos anos de treino em meditação, e determina estados como o Nirvana, o Samádhi, Hiper-Consciência ou Consciência Expandida, etc.. Nele, começamos a alcançar um outro patamar evolutivo (nossa última evolução mental, há centenas de milhares de anos, foi a consciência).
Para entender um pouco melhor sobre as freqüências mentais, de maneira simples e científica, acessem http://www.holosonic.com.br/os4estados.htm .


É chegada a hora, na história humana, em que estes conhecimentos estão acessíveis a todos que quiserem obtê-los; eu mesmo, sem buscar, já passei por três escolas completamente distintas que buscam este tipo de evolução mental. Sendo uma faculdade que a filosofia e a própria ciência já comprova como verdadeira em qualquer âmbito, não há motivos para não buscar-se seus benefícios, e sua evolução no patamar humano. Deveríamos pesquisar e praticar mais sobre a consciência, de modo geral, e entender de uma vez por todas o porquê do material não mais significar tanto ao espírito humano como outrora: é a própria essência da consciência, estando ciente do ambiente propício, buscando se expandir com felicidades mais grandiosas. Quais os grandes frutos que poderiam, então, surgir em nossa capacidade de compreender o universo em que vivemos? Aos poucos, vamos caminhando...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O que é Verdade?

Pensa-se ser fácil definir o que é verdade. Vamos lá, tente. O que é verdade? E o que é verdade, para você? E para o outro? E para todos?

Vivemos num tempo materialista. Tempos estranhos, cheio de dogmas improvados. Um deles é que a verdade é o cumprimento da ordem a que a física nos limita, como corpos, neurônios e energia.

Isto deve ser mesmo a verdade? Querem com isto pregar-nos uma verdade universal, transformar tudo em regras válidas para tudo, e quem sabe um dia prever o futuro.

Parando de enrolar, refletindo um pouco comecei a pensar que a verdade não é una. E ao mesmo tempo, deve ser pluralmente aceita, e não excludente.

Na ciência, que é a base que temos, erroneamente, assimilado 100% à verdade nos dias de hoje, são fatos tão somente físicos com uma explicação lógica, una em espaço e tempo; o que ela não nos fala é que é limitada a teorias até então críveis, que podem até mesmo estar erradas.

Na filosofia, verdade é aquilo que a nossa mente entende como verdade, sendo mutável de indivíduo para indivíduo, e portanto flexível, conseqüente da vida como força motriz para que a mesma possa existir.

Para a arte, a verdade se dá através da percepção sensorial mais pura o possível do mundo, sendo totalmente arbitrária e livre, sem fronteiras.

Para a política (a verdadeira, de politeia), verdade é tudo o que trás evolução à sociedade, o que a faz conviver em harmonia, o que a faz ser boa para todos, tornando-se uma verdade desejada pelos indivíduos.

Para a religiosidade, verdade é aquilo que nos dá sentido, seja um ser divino, seja nosso estilo de vida. Falo aqui do sentido literal de religião, da palavra re-ligare, que nada mais significa que re-ligar: nos ligar constantemente ao sentido de nossas vidas, àquilo que nos torna parte de um todo.

Quando se acredita apenas em uma das verdades acima, se fica cego, e todos os outros paralelos e suas verdades jazem ignorados, como que inexistentes. É importante construirmos nosso caminho calcado em estudos de todas estas verdades, sem descrer nenhuma delas, pois assim o caminho que trilharmos nesta vida se calcará como NOSSA verdade.

Há o velho conto (de autoria desconhecida), que exemplifica bem o que quero dizer:

Um dia, um Filósofo estava conversando com o Diabo quando passou um sábio com um saco cheio de verdades. Distraído, como os sábios em geral o são, não percebeu que caíra uma verdade. Um homem comum vinha passando e vendo aquela verdade alí caída, aproximou-se cautelosamente, examinou-a como quem teme ser mordido por ela e, após convencer-se de que não havia perigo, tomou-a em suas mãos, fitou-a longamente, extasiado, e então saiu correndo e gritando:

“Encontrei a verdade! Encontrei a verdade!”
Diante disso, o filósofo virou-se para o Diabo e disse:
“Agora você se deu mal. Aquele homem achou a verdade e todos vão saber que você não existe …”.
Mas, seguro de si, o Diabo retrucou:
“Muito pelo contrário. Ele encontrou UM PEDAÇO da verdade … Com ela, vai fundar mais uma religião e eu vou ficar mais forte!”


 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Harmonize-se

Pense na história como uma grande música, tocada por incontáveis instrumentos. Cada ser vivo tem em suas mãos um destes instrumentos musicais, de modo que pode escolher auxiliar ou não a história se tornar harmônica. Quando há harmonia, há contemplação.

Este pequeno pensamento pode mudar o mundo - conforme mais pessoas decidirem entrar na melodia. Não se trata de seguir a maré; se você não acredita que o tom tocado esteja certo, comece, com seu instrumento, a tocar no tom que acredite ser o certo, mas sem deixar de se encaixar à melodia. Aos poucos, as pessoas que gostarem do seu novo tom irão querer te acompanhar, em um efeito dominó, e o tom aos poucos mudará.

É importante saber respeitar o tom dos outros, mesmo os que não vão de encontro ao seu; não se esqueça que sem os outros instrumentos, você não teria espaço para tocar.

Como saber ser harmônico? Precisamos aprender a tocar. É necessário entender o teu instrumento, afiná-lo, e saber como tocá-lo. Pode ser ensinando as outras pessoas, fazendo-as rir, construindo casas, desenhando, aconselhando, descobrindo novas coisas, tocando uma música que faça bem aos outros, protegendo o meio-ambiente, até mesmo fazendo contas para ajudar os outros a produzirem, enfim, qualquer coisa que gostemos de fazer, e melhore a melodia. Importante destacar que isto não precisa, necessariamente, ter a ver com o seu trabalho, sua profissão; não é preciso deixar de ser admnistrador para ser pintor, professor, construtor, ativista...

Não importa também se seu instrumento é caro, barato, simples ou arrojado; o que importa é apenas tornar a melodia mais bela.


A melhor música é aquela criada com o coração. Esta não necessita de pensamento, apenas da prática de um experiente músico.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Os Analectos

No século V a.C., com o falecimento do mestre Confúcio, seus discípulos escreveram o livro que mais propagou suas ideias de benevolência, moralidade, política e retidão. Tal obra se denomina "Os Analectos", e descreve diversos pequenos ensinamentos de Confúcio, que realmente podem ser ricamente utilizados ainda nos dias de hoje.

Após ler esta pequena obra, de grandeza incomensurável para a vida de qualquer ser humano, separei alguns analectos os quais senti a necessidade de expressá-los, conforme abaixo.

"Gostar de algo é melhor do que meramente conhecê-lo, e encontrar alegria neste algo é melhor do que meramente gostar dele."

"Apenas o homem benevolente é capaz de gostar de outras pessoas."

"Todos os dias, examino a mim mesmo sob três aspectos. Naquilo que fiz pelo bem-estar do outro, falhei em fazer o meu melhor? Ao tratar com meus amigos, falhei em ser fiel às minhas palavras? Ensinei aos outros algo que eu próprio não tenha experimentado?"

"Merece ser professor o homem que descobre o novo ao refrescar na sua mente aquilo que ele já conhece."

"O povo pode ser obrigado a seguir um caminho, mas não pode ser forçado a entendê-lo."

"A menos que um homem tenha o espírito dos ritos, ao ser respeitoso ele vai exaurir a si mesmo, ao ser cuidadoso ele vai se tornar tímido, ao ter coragem ele vai se tornar indisciplinado e, ao ser íntegro, ele vai se tornar intolerante."

"Governe por meio de editos, mantendo na linha com punições, e o povo se manterá longe de problemas, mas não será capaz de sentir vergonha. Guie-o pela virtude, mantenha-o na linha com os ritos, e o povo, além de ser capaz de sentir vergonha, reformará a si mesmo."

Fan Ch'ih perguntou: "Posso perguntar sobre o acúmulo da virtude, a reforma dos corrompidos e a admissão do mau julgamento?". Confúcio disse: "Que esplêndida pergunta! Colocar o serviço prestado acima da recompensa, não é isso acúmulo da virtude? Atacar o mal como o mal e não como o mal de um homem em particular, não é isso o caminho para reformar os corrompidos? Deixar que um repentino ataque de raiva faça com que você esqueça da segurança da sua própria pessoa ou mesmo da dos seus parentes, não é isso um mal julgamento?"

"É suficiente que as palavras utilizadas por alguém comuniquem seu sentido."

"O homem sábio nunca fica indeciso. O homem benevolente nunca fica aflito. O homem corajoso nunca tem medo."

"Fazer pergunta é, em si, o rito correto."

"A benevolência constitui o mais belo aspecto de uma vizinhança." 

"Na antigüidade, os homens relutavam em falar. Isso porque consideravam vergonhoso se não conseguissem ser fiéis às suas palavras." 

Tzu-Kung perguntou sobre como os amigos devem ser tratados. Confúcio disse: "Aconselhe-os o melhor que puder e guie-os corretamente, mas pare quando não houver esperança. Não peça para ser rejeitado."

"É possível amar alguém sem fazer com que essa pessoa trabalhe duro? É possível dar o melhor de si por alguém sem educá-lo?" 

"Se um homem, à vista de uma vantagem a ser obtida, lembra-se do que é certo, se, em face do perigo, está pronto para dar a própria vida e se não esquece seus princípios mesmo quando passa por longos períodos de dificuldade, então ele pode ser chamado de completo."

"Promessas feitas imodestamente são difíceis de se cumprir."

"Uma pessoa que exige muito de si mesma e pouco dos outros ficará a salvo de críticas."

"Uma vez passei todo o dia pensando, sem comer nada, e toda a noite pensando sem ir para a cama, mas descobri que nada ganhei com isso. Teria sido melhor gastar o tempo estudando."

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Linha Tênue

Modéstia . Hipocrisia
Paciência . Tolerância
Coragem . Insensatez
Sensatez . Medo
Humor . Constrangimento
Amor . Ódio
Paz . Egoísmo
Arte . Agradável
Justiça . Capacidade
Lucidez . Certeza
Certeza . Engano
Admiração . Inveja
Lealdade . Fanatismo
Bravura . Cobiça
Caminho . Dogmatismo
Querer . Seguir
Verdade . Opinião
Interesse . Curiosidade
Impressão . Esquecimento
Benevolência . Auto-estima
Entendimento . Credo

Separados por uma linha tão tênue...

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Não é o que você diz...

...mas sim o que você Faz, que vai mudar as coisas.

"Love is all you need. " - John Lennon & Paul McCartney

domingo, 10 de abril de 2011

O Fator Humano

Em que o ser humano se difere dos demais seres vivos baseados em carbono?

Desde o início da era histórica, nós temos pensado que somos algo mais que os animais e vegetais.
E que chocante não foi, quando Darwin (ou não) revelou que somos apenas a evolução do macaco!

Sobre os vegetais, a questão se resolve de maneira fácil, uma vez que somos realmente diferentes.
Apesar de que é um erro pensar em tais formas de vida como "paradas". Quem lida com plantas, sabe que na verdade elas se movimentam a vida toda, para todas as direções, de forma estratégica e inteligente; mas num ritmo tão lento em comparação ao nosso, que leva horas para a movimentação de alguns centímetros, o que nos faz pensar que elas estão lá, "paradas".
Assistam uma figueira atacando uma outra árvore ou objeto, em sequência de fotos, que irão perceber.
Ou mesmo a estes vídeos: Movimentação em 56 horas / Movimentação em 6,5 horas
Pensem que, há milhões de anos, quando haviam apenas vegetais, estes eram os seres mais rápidos da terra.

Mas algumas pessoas chegam a pensar que os animais não têm raciocínio, e isto os faz diferentes de nós.
Bom, refutar isto não dá muito trabalho. Quando um cão sobe numa cadeira para lhe roubar comida, ele não teve que bolar um raciocínio?
Quando hienas se unem para caçar, isto não é uma estratégia? Assim como os peixes formam cardumes?
E as mariposas brancas, que buscam árvores brancas para se camuflar?

Há também a ideia de que só os humanos conseguem planejar as coisas.
Que absurdo! Para quê, então, formigas juntam alimento para poderem comer em épocas chuvosas?
Para quê as aranhas constroem teias, e os pássaros ninhos?
Para quê muitos animais alimentam seus filhotes?

Muitos pensam que animais pensam apenas na própria sobrevivência.
Errado novamente. Quem nunca viu uma matilha brincar de "pique"?
Há também os golfinhos, que literalmente brincam com círculos de ar criados por si mesmos.
E para que fazem isto? Certeza que não é apenas para sobrevivência.

Animais não podem amar, é no que muitos acreditam.
Ora, e aquela festa toda que os cachorros domésticos fazem quando chegamos?
E o que dizer da mãe que cuida de seu filhote?
"É instinto", muitos dizem. Então assistam isto.

Agora, a teoria mais aceita por muitos, é a de que humanos são os únicos seres capazes de filosofar.
Rejeito esta hipótese. Impossível prová-la.
Como saber se um pequeno peixe de aquário, ou uma vaca num matadouro, ou um pássaro, ou uma lagartixa, não têm a capacidade de se perguntar "o que estou fazendo neste mundo?"?
Por qual razão deveríamos acreditar que outros animais não filosofam?

Tive uma nova ideia do que o ser humano se difere de todos os outros animais.
Nós somos os únicos que acreditamos que somos destinados a algo maior do que sermos animais.
Por este motivo, buscamos fazer coisas diferentes do que o animal humano faria.
Buscamos deuses, conhecer as estrelas, construir coisas que ajudam a construir coisas, criamos patrimônios, e equipes organizadas.
Já vi um golfinho brincando, mas nunca vi um criando regras de um jogo chamado "golfinhoball".
Eis a grande diferença, entre o homem e o macaco.

O grande problema, é que a maioria de nós acaba não conseguindo responder a esta pergunta:
"A que somos destinados?"
Por este motivo, muitos acabam caindo no conto da sociedade contemporânea: o objetivo é chegar a deus, o objetivo é ter mais dinheiro, o objetivo é fazer o bem, etc etc etc
Mas será que aquilo que acreditamos, que nos faz ser diferente dos animais, é, afinal, verdade?
Até quando destruiremos o planeta por acharmos que somos alguma coisa?

Mais uma vez, uso Sartre: "O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo."

sábado, 2 de abril de 2011

Indução da Virtude / Dedução do Vício

Esse post é dedicado à Luh, pois a ideia me veio à cabeça numa conversa não programada num banco perdido, como o são as melhores.

Muitas vezes, criticamos as pessoas devido aos seus defeitos. É normal, quando vimos uma atitude de extrema ignorância de outra pessoa, ficarmos indignados, revoltados, e por vezes irritadiços com a própria pessoa que cometeu o erro, como uma forma de puni-la.
Mas, olhando numa minuciosa visão de 360 graus, de que isto realmente adianta?
A primeira ideia que vem na cabeça de muitos nós diante do erro de outrém, conscientemente ou não, é a questão da punição.
Aos que realmente acreditam que a punição pelos atos imorais pode demonstrar à pessoa que é errado cometê-los, vamos refletir um pouco mais acerca deste assunto:


Digamos que uma pessoa seja injusta, egoísta, etc.. O que normalmente a sociedade faz com uma pessoas desta (por métodos mais ou menos radicais) é tentar puni-la, para que ela entenda que cometer tais atitudes implica num mal-estar social e que a sociedade lhe cobrará um preço.
Esta é mais ou menos a lógica que estou aqui disposto a demonstrar o quanto é ineficiente.

Quando uma pessoa é imoral, ela o é por acreditar que pode levar a vida deste jeito.
Deste modo, com maior ou menor intensidade, tal noção de que ela pode praticar injustiças e imoralidades estará presente em todos os âmbitos de sua vida: entre amigos, no trabalho, com a família, em sua relação com o meio em que vive, etc, claro que em maior ou menor intensidade conforme o ambiente.
Quando alguém chega nesta pessoa, para conversar, para tentar esclarecer que o que ela faz é errado, o foco estará sendo totalmente dado na parcela de sua vida no qual tal imoralidade é mais transparecida.
Por exemplo, se a pessoa só é injusta com os amigos, mas consegue controlar razoavelmente isto no ambiente de trabalho, familiar e outros, apesar de dar algumas mancadas menores. Então, seu amigo irá tentar persuadi-la a deixar de ser assim, mas apenas entre suas amizades.
Digamos agora que este amigo foi bem-sucedido, e o malfeitor realmente se convenceu, e quer mudar. E daquele dia em diante, ele realmente começa a tratar com ética todos os seus amigos.
O problema, é que como a sua própria crença ainda lhe condiz que ela pode ser imoral na vida, ela terá sua potencialidade em sê-lo nos demais ambientes. Ou seja, ela conseguiu apagar a ideia de que pode ser imoral nas amizades, mas não apagou a ideia de que pode ser imoral no trabalho, pois continua a imaginar a sua vida como uma possibilidade imoral.
Algum tempo depois, como um vírus que se propaga do ambiente de trabalho para as amizades, ela volta a pensar que, como ela pode ser imoral na vida, não haverá problemas em ser imoral com os amigos, e torna a fazê-lo.

A principal conclusão que pude tirar disto é que é completamente ineficaz tentarmos induzir a noção de que uma determinada pessoa erra por vício, à ela mesma.
O único modo da pessoa deixar de cometer os vicios, é por dedução própria, ou seja: ela mesma se conscientizar de que não quer mais este vício, e começar a, minuciosamente, limpar seu vício de todos os ambientes de sua vida.
E, após isto, fazer um verdadeiro policiamento (coisa que, na verdade, todas as pessoas, mesmo as mais éticas, precisam) para que a "sementinha do mal" não volte a assombrá-la em nenhum ambiente.
Isto é o tratamento pleno para curar a injustiça, o egoísmo, e a imoralidade, mas, infelizmente, só o próprio "doente" pode ser seu médico neste caso.

Daí já podemos tirar algo valioso: todos nós temos defeitos. E para extingüi-los, não adianta esperar que algo externo aconteça, ou que alguém venha lhe socorrer: só nós mesmos temos este poder.

Mas pelo mesmo raciocínio, se por um lado não podemos fazer as pessoas deixarem de ser piores, nós conseguimos sim ajudá-las a serem melhores.

Pois pensemos nas virtudes de uma pessoa: se nós, em uma conversa, chegarmos e dissermos "cara tu é mesmo muito honesto no seu trabalho, por isto que eu gosto de ser teu amigo", isto irá incentivá-la a ser mais honesto ainda, pelo mesmo princípio da punição-recompensa.
Como tal estilo de vida não pode ser suprimido pela imoralidade, uma vez que a pessoa toma suas atitudes morais por acreditar que possa levar uma vida moral, os incentivos recebidos à uma vida honesta no trabalho irá fazer com que tal moralidade se propague aos outros ambientes (amizade, família, etc), buscando a mesma recompensa.
Assim, ao contrário dos vícios, realmente faz efeito induzirmos uma pessoa à trabalhar suas virtudes.


A grande conclusão que quero extrair disto tudo, é que não vale a pena (pela lógica desenvolvida) tratarmos mal alguém pelo simples fato dela não ser uma boa pessoa.
O fato dela não ser uma boa pessoa deve impactar sim, no âmbito racional de nossa personalidade (kama-manas), a não termos o desejo em conviver com ela.
Porém, isto não deve ser levado para o nosso lado sentimental, uma vez que não adiantaria destratá-la, gerando apenas mais intrigas e mal-estares entre as duas pessoas.

Então, por mais que a pessoa tenha dado mancada contigo, tenha sido completamente imoral, seja astuto: não permita que ela te magoe novamente.
Mas também seja melhor do que ela: trate-a com um sentimento verdadeiro e nobre que você despendiria a seus melhores amigos, mesmo sabendo que ela pode não merecer.
Assim, você não irá conseguir fazer com que a pessoa melhore seus defeitos, mas ao menos fará com que ela melhore em suas qualidades.

E eu vou terminar este post, com um pensamento muito sábio, da própria Luh, que publicou no seu orkut conforme abaixo:

"Nossa permanência neste mundo é como uma fila indiana, levamos 2 placas penduradas, a da frente mostra nossas virtudes e a de trás nossos defeitos.
Não olhemos a do nosso companheiro da frente pois corremos o risco de estarem fazendo o mesmo conosco.
Não devemos desperdiçar nosso tempo com coisas inúteis.
O tempo passa depressa demais, é preciso entender esta questão, quanto mais cedo melhor."
 - Luciene Sousa Silva

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um Bom Exemplo

O que mais quero nesta vida, é melhorar o mundo.
Não por causa de reconhecimento, glória, nem para chegar a algum tipo de paraíso e ser recompensado, antes ou depois da morte.
É porquê simplesmente é difícil ser inatingível, frio (e isto, dizem que eu ainda sou) quando você anda em qualquer lugar - desde um ônibus lotado até a mais elitizada biblioteca - e percebe que a grandíssima maioria de pessoas ao redor de ti, bem mais que 95%, não sabem nem mesmo o que estão fazendo aqui, são materialistas, hipócritas, ignorantes, e por aí vai.

Nestas horas, sinto que grande parte da vida de toda humanidade é desperdiçada segundo-a-segundo. Pessoas boas não sabem onde encontrar sua felicidade, e acabam por ser ludibriadas, acreditando que poderão comprá-la. E vivem a vida se esforçando para dar foco às coisas materiais, buscando enxergar nelas a felicidade, e se contentando, com medo de largar esta felicidade artificial e se lançar às verdadeiras atitudes que completariam sua vida.

Desde que comecei a enxergar verdadeiramente o mundo, a "sair da caverna", e percebi que o sentido das coisas não é divino, mas sim humano, comecei também a perceber como a humanidade, como o nosso sentido, foi atualmente perdido.
A partir daí, decidi tentar melhorar o mundo, ou melhor, melhorar as pessoas. 

Primeiro, com caridade. Porém, aí não encontrei uma boa solução, pois dar algo a alguém não muda a pessoa que está recebendo. Ela fica grata, utiliza com gosto o que ganhou, mas nada é acrescido em seu interior, na sua essência, no que realmente importa.

Depois, decidi atacar de frente tudo aquilo que eu via de errado. Era eu contra o mundo.
Após muito stress, estudo, e pouca atividade (que já estava prometendo virar muita), dei sorte em perceber que nenhuma - pesquise - revolução radical, por mais que bem-intencionada, acaba gerando o bem-estar social. Isto ocorre porquê toda a revolução se baseia no ideal de alguém, que sempre vai ter um lado contra, e mesmo no lado que a apóia, haverá divergências de pensamento, que culminarão, cedo ou tarde, numa agressividade ou abuso da forma de sociedade estabelecida.

Então, decidi estudar, estudar muito, me internar lendo livros, livros e mais livros.
Isto se mostra, sim, muito importante.  O problema é que comecei a acreditar que apenas com o conhecimento, o mundo seria mudado. Quis escrever uma ótima tese de como a sociedade poderia ser melhor, divulgá-la, e pronto, achar que minha parte estava feita.
Mas o problema está justamente no fato de que a maioria não sabe pensar, não lê. Se torna impossível fazer uma mudança pela sociedade.
Fazer algo disto é se iludir de que você fez algo inteligente pelo mundo, quando na verdade nem todo ato de uma pessoa inteligente, é sábio em si.

Só então entendi, que o único jeito de mudar as coisas, é uma revolução interna. Em mim, e em todas as pessoas. Cada pessoa deve se revolucionar, tornar um sábio, por conta própria, de seus próprios pensamentos.
E que o melhor modo de fazer as pessoas pensarem, não é fazendo discursos, escrevendo livros, fazendo propaganda. O grande problema dos que querem mudar o mundo, é que eles falam muito e ouvem pouco do que têm ao seu redor.

A única forma de atingir as pessoas, é ser o melhor de si com as mesmas. É dar o exemplo, mostrar o caminho, e não forçá-la a segui-lo.
O exemplo, bem ou mal, acaba por fazer a pessoa pensar. Demonstra que há felicidade verdadeira em atitudes não-materialistas, mas sim humanas.
Não adianta ir contra, atacar com palavras, pedir pra mudar. Apenas converse, não sobre a negação do estilo de vida de outra pessoa, mas sim sobre o estilo de vida que você mesmo leva.
Ganha-se o pensamento pela curiosidade, pela liberdade, e não pela repressão.
O mundo muda com atitudes; não adianta ser um intelectual que não age, mas também não adianta ter atitudes tolas, sem base inteligente.

E se ninguém mudar, paciência. Mas é muito mais construtivo que tentar mudar um todo que não quer mudar.
E funciona, isto eu percebo nas poucas pessoas que aos poucos tem se libertado pelo simples fato da convivência.


E nunca nos esqueçamos: por mais sábios que sejamos, fazemos parte deste todo. Não adianta tentar se isolar do mundo ignorante, pois você está imerso nele como um peixe no oceano.

O segredo de toda a felicidade em sociedade, encontro na velha frase do John Lennon:
"Deixo as coisas que amo livres. Se voltarem, é porquê as conquistei. Se não, é porquê nunca as tive."

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sobre Ser ou Não Ser Ético

Questiono-me profundamente, em diversos momentos, se estou agindo de maneira ética ou não.

Decidi retratar um pouco do que se passa nestes questionamentos.

Afinal, mesmo quando tomo uma atitude julgada como "eticamente correta", seria mesmo, aquém de seu julgamento, uma atitude ética?
Pois eu poderia tê-la tomada apenas e tão somente, por exemplo, em função do reconhecimento ofertado pelos outros, ao observarem tal atitude, ou algum outro tipo de recompensa indireta.

Ou, ainda, mesmo que ninguém tome conhecimento de minha atitude ética, pode ser simplesmente um método de provar a mim mesmo que estou sendo ético, o que satisfaz o meu desejo de sê-lo. Mas isto não necessariamente caracteriza a minha vontade, em sua forma pura.

Isto também nos leva a uma outra questão: desejar ser ético, independentemente de ter ou não atitudes éticas, lhe torna uma pessoa ética?
Algumas vezes, reconheço atitudes minhas (passadas, presentes ou futuras) como não éticas, e isto me traz o desejo profundo de ser ético nestas situações. Apenas desejar, pode ser ético?

Eu acredito que não. Pois toda filosofia de vida, se não colocada em prática, de nada vale.
Porém, ao mesmo tempo, não podemos julgar alguém como "mal" pelo simples fato da pessoa não colocar em prática suas atitudes éticas, sendo que as deseja, e as reprime.

E se em algum momento fazemos o "bem" por algum tipo de recompensa indireta, e que poderia ser julgado como ético (apesar de não ter uma origem verdadeiramente ética), então isto pode ser considerado ético?

Também acredito que não, pois então fazer algo para ganhar status social seria algo ético, o que não o é, por haver interesse.
Ao mesmo tempo isto poderia sim tornar o mundo melhor, como um "mercado de ética", então como não poderia ser algo bom? Será que o "bom" pode divergir do ético?

A outra questão que me coloco, é: fazer algo que não seja julgado como ético, apesar de que para sua filosofia de vida, é ético, torna tal atitude não-ética?
Eis aonde ainda reside minha dúvida...

Difícil responder. 
O anjinho e o diabinho estão sempre presentes, e nós sabemos sim qual é o anjinho.
Só não descobrimos ainda o quão importante é segui-lo.