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Este blog foi criado com o intuito de divulgar ideias e expandir limites.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Loucura e Autenticidade

Acredito não serem poucos aqueles que já ficaram, em algum momento, face a face com a própria loucura. Ou, ao menos, aquilo que a sociedade classifica como loucura. Dentre estes, o que diferencia os loucos dos sãos, é justamente a capacidade de não se deixar preencher pela insanidade. Como evitar isto? E o que é a loucura, afinal?

Claro que não pretendo dar todas as respostas à psicologia com um pequeno texto, mas sim fazer uma pequena investigação pessoal acerca da insanidade.

Em primeiro lugar, tentemos entender o que é a loucura. É uma parte de nós, que pode ou não vir a tona em certas ocasiões em que se permite tal libertação. Isto significa que é uma parte que reprimimos o tempo todo, por ser justamente o que achamos que a sociedade não aceitaria de nós.
Ou seja, a loucura não existe a priori; o que existe é o julgamento social de ações que são completamente fora do contexto de sociedade, que denomina-se "loucura".

Há aqui uma conclusão relevante: a loucura é então uma parte de nós. Em menor ou maior escala, é também o que nos compõe. Agora, como fazer para sermos nós mesmos, e nos conhecer, quando temos que ignorar um pedaço do que realmente somos?
Minha resposta simples é: aceite-a. Não se deixe pensar que "aquilo" não deveria estar contigo. Entenda que é parte de você, e não deve ser reprimida.
Como conviver em sociedade sem deixar de lado sua parte não-sociável? É simples: não reprima-a, mas coordene-a nos momentos certos através da inteligência, que é superior às emoções. Por exemplo, se houver algum momento em que você tiver muita vontade de gritar com alguém, lembre-se que isto não é moralmente certo. Utilize o intelecto para coordenar sua psiquê, seu emocional; aos poucos, vai ficando mais fácil.

Pois o que vejo acontecendo com as pessoas neste mundo é que elas não se dão a liberdade de serem autênticas, por construírem um muro de isolamento perante a loucura, cada vez mais alto (talvez por medo de ficarem loucas); mas em uma situação extrema - pico de stress ou mudança estrutural profunda - a pessoa pode sem querer emanar tanta energia que consegue pular o muro para a sua parte não-sociável, e depois, com o muro estabelecido, não consegue voltar à parte sociável. Assim fica-se louco.
Se não construímos o muro, conseguimos simplesmente evitar andar por partes menos sócio-produtivas. E também andar por elas quando não nos causarão danos.
E assim, sermos autênticos. É preciso ser livre para ser você mesmo.

domingo, 6 de abril de 2014

Se "Deus" existe, como Age?

Este texto não se enquadra a pessoas que não acreditam em nada superior, e crêem que o universo é uma mera coincidência física. Pois a premissa deste texto é justamente a de se compreender que existe algo maior (por muito tempo fui radicalmente ateu, mas aos poucos, fui vivenciando alguns vínculos entre ocasiões que realmente não podem ser explicados pela mera estatística ou qualquer ciência claramente definida em palavras - por exemplo, quem tiver a oportunidade de ver alguma mãe agir com um sentido desconhecido em prol de seu filho, que parece sobrenaturalidade, por favor, apenas peço que reflita em vez de ficar cientificamente cego diante disto).

Em primeiro lugar, como já discuti em textos anteriores, não há sentido tentarmos compreender "Deus" ou, se não uma entidade, esta força misteriosa que encobre o universo. Acredito que isto seria algo comparado a um vegetal tentar entender como funciona uma mente animal, por exemplo. Mas a ideia deste texto me veio, em verdade, ao tentar descartar algumas ideias absurdas de algumas religiões ("povo escolhido", "pessoas superiores às outras", "terra sagrada", dentre outras expressões mal intencionadas ou interpretadas).

Minha primeira conclusão é que, se algo superior existe, é para todos. Qual seria o sentido de algo superior que beneficie apenas a algum pequeno grupo, se os demais não contemplados nada fizeram de errado para que sejam excluídos? Ou qual o sentido de algo superior beneficiar uns poucos que nada fizeram a mais que os outros? Este é um dilema antigo de muitas religiões, do por que alguém nasce num barraco, sem condições de direcionar sua mente a qualquer tipo de coisa mais elevada, se tornando um ser medíocre, enquanto outro nasce em berço de ouro, e ainda pode seguir fazendo coisas ruins à humanidade por toda uma vida? Acredito que toda a ideia de reencarnação tem em parte como base esta inaceitação da desigualdade, uma vez que promove a justiça ao longo dos tempos e dos atos.

Outra conclusão que achei óbvia, é que realmente os métodos de aproximação da divindade, ou (dependendo de sua crença) de evolução espiritual, se deva a fatores não-mundanos, no campo mais sutil, como o amor, respeito, sacrifício, generosidade, retidão, integridade, etc.. Como podem rezas por medo, oferendas, idas ao templo, lhe fazer uma pessoa melhor por si só? Só podemos melhorar partindo de dentro, com força de Vontade (palavra que está no cerne de toda a religião ou crença), pois é apenas isto que nos distingüe quanto a mais ou menos preparados. Além disto, e principalmente, como poderíamos tratar como divino algo mutável? Um pôr-do-sol, o prazer dos hormônios ou a dor dos nervos, a família, altruísmo: por mais frio que pareça, não é isto que nos aproxima do divino; apesar de muitos elementos poderem ser achados quando estamos nestes meios: a desvinculação de coisas materiais, a percepção do prazer e dor apenas como ilusões finitas, a possibilidade de se dar amor a alguém. O alguém em si, por melhor pessoa que seja, não nos aproxima de nada superior, mas pode sim nos dar a oportunidade de nos aproximarmos do divino, mas o caminho é sempre por dentro de nós.

E isto já nos dá o terceiro ponto que quero tocar: para evoluirmos, é necessário tão-somente Vontade, e nada mais. Não é ser generoso que nos torna divino: mas o sentimento divino implica, por exemplo, na generosidade. É seguir o que se sabe ser correto, melhor para o todo, simplesmente não fazer aquilo que o coração julga errado. E tentar encaminhar os outros para dentro de si mesmos.

Claro que pode-se tirar muitas outras conclusões (que, por sua vez, são premissas para entendermos um pouquinho melhor), mas falar mais disto hoje já não me seria tão franco ao coração. Então paro por aqui, com o pouquinho a mais da verdade.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Mudança Interna

Há vezes em que simplesmente ficamos angustiados com nós mesmos, simplesmente por não saber como mudar alguma atitude (ou falta dela) que não gostamos de "ser". Tais mudanças por vezes chegam a ser a chave para atingirmos nosso ideal de vida, e mesmo sendo conscientes disto, não conseguimos sair do problema.
Refletindo um pouco, percebi que a grande dificuldade é não termos nada para substituir a coisa ruim que está dentro de nós. Assim, não conseguimos "expeli-la", por simplesmente nos identificar muito com o problema em si, como se ele fosse uma muleta necessária em nossa jornada.
A primeira coisa que dirão é "largue a muleta", mas às vezes realmente não é possível, pois cairíamos. Mas o que ficamos pensando o tempo todo, é em como se livrar da muleta, e não em como arranjar um jeito de se virar sem ela.

O que quero dizer é que, em vez de tentar experienciar coisas novas que nos completem, queremos nos livrar das coisas velhas antes de conquistarmos novas, e aí que está o erro: isto é empurrar com a barriga, sem percebermos, pois sem uma nova solução nunca largaremos a muleta. Pois é preciso, antes de tudo, se livrar deste monstro chamado preguiça, para conseguirmos nos esforçar um pouco mais e por um momento deixar os dois "seres", os dois modos de prosseguir, estarem dentro de nós, conciliá-los. Só após ter desenvolvido a parte que queremos, é que podemos jogar a velha e incômoda fora.

Preguiça é o grande vilão da nossa história. Mexamo-nos!