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sábado, 28 de janeiro de 2012

Dinâmica de Sucessões Sociopolíticas

Acredito ser importante entendermos o porquê de, ao analisarmos a história da humanidade, nunca termos chegado a um consenso sobre a estrutura social ótima, mesmo ao longo de milhares de anos de estudos em diferentes nações.

Compartilho assim uma ideia que parece, a princípio, fazer certo sentido, ao menos no meu limitado âmbito de conhecimento.

Pois imagine qualquer conjuntura social histórica, assim como as relações políticas e econômicas entre cada sociedade. Pense em algum momento no qual houve alguma revolução para efetuar o que seria uma troca de poderes, visando uma sociedade melhor para todos, uma vez que a maioria estava descontente com as atuais condições de vida.

Tal revolução, claramente, trouxe consigo algumas mortes "necessárias", muita intolerância perante aqueles que não aceitavam a nova visão (pois a "sociedade ótima" nada mais é que uma mera questão relativa), e conseqüentemente a marginalização do poder dos que apoiavam o antigo regime.
Mas enfim, o novo sistema, pós-revolução, agradava à grande maioria dos sobreviventes, que eram aqueles que o desejavam. Assim podem, tranqüilamente, se dedicar às coisas boas da vida, após o sentimento de orgulho e de missão cumprida, e levar uma vida de verdadeira paz interior.

Porém, note que tais sentimentos benevolentes não são inatos em nenhum ser humano, e necessitam de uma conquista para serem despertados. Assim, as pessoas que nasceram após a revolução começam a sentir que o mundo não é perfeito, que há ainda muitas coisas na sociedade que as desgosta, e é justamente nesta nova geração que nasce a ideia de uma nova revolução, tal qual fora a primeira, para troca do sistema sociopolítico (o que virá a se concretizar uma ou duas gerações depois, com o fortalecimento do novo ideal).

Deste modo, entra-se em um ciclo vicioso devido a nunca alcançarmos uma utopia (pois as ideias das pessoas em qualquer sociedade nunca serão iguais, tendo sempre uma geração revolucionária), fazendo-se a revolução necessária perante o descontentamento das massas.

Mas será que a revolução social teria, algum dia, o poder de realmente melhorar o mundo? Pois apesar da mudança da forma como a sociedade funciona, não pode-se esquecer que esta é formada tão somente por e para as pessoas. Portanto, não foi alterado, neste processo revolucionário, condições humanas internas, como o egoísmo, o orgulho, a moralidade, etc.. Sendo assim, teremos um novo sistema com os mesmos velhos ideais humanos, e portanto desencadeará uma nova revolução atrás da outra, com uma humanidade trocando constantemente de camisas (utopias), mas não sendo melhorada em nenhum momento.

O que tenho a concluir de tudo isto, é que a única mudança que pode melhorar as situações para todos é a mudança daquilo que compõe as sociedades, ou seja, o ser humano. Do contrário, estas estariam sujeitas à eterna troca de poderes, sem jamais contentar ao povo como um todo, alternando de tempos em tempos os beneficiados.

Pois sem o autoconhecimento, não se pode alcançar a felicidade e paz de uma jornada vitoriosa sem que haja uma causa externa para motivar tais sentimentos (como as revoluções de fachada). O caminho para isto é a evolução interna em cada um de nós e, quando nos apercebermos que tal revolução foi concretizada (sem guerras, sem discriminações ou marginalizações de outros seres que não a falta de moralidade), aí sim estaremos em uma paz perpétua, que se disseminará através da educação às novas gerações, ensinando como obter, também, tal revolução interna.


No dia em que o ser humano entender que faz parte de uma sociedade, não fará diferença o tipo de sistema: ele será completo.