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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Razão e Sentimento

O que é viver? Não seria todo o tipo de reação química que nosso organismo sintetiza, e o nosso cérebro abstrai, através dos sentidos? Ou ainda - para quem acredita - sentir as energias positivas e negativas, ou vivenciar um sentimento ocasionado pela alma?

Primeira conclusão: viver é sentir.

Sendo assim, não é uma coisa ridícula medirmos uma vida simplesmente pelo seu tempo de duração? "Coitado, era tão jovem...", "Poxa, mas também, estava tão velhinha...".
Afinal, se viver é sentir, logo uma pessoa que sentiu mais coisas viveu mais, enquanto outra que sentiu menos viveu menos. Vamos desatrelar o passado, presente e futuro do verbo viver.


Pensemos em duas vidas: 
A primeira dura cem anos, que nela tenha-se apenas estudado, trabalhado, ficado podre de rico... porém nunca tenha caído, ralado os joelhos, se apaixonado, se magoado, ou seja, tenha sido uma pessoa vazia de sentimentos. 
A outra, dura apenas trinta anos. Mas nestes trinta anos, tenha-se amado muito, praticado esportes, se machucado, aprendido com os erros muitas vezes....

Bom, pessoalmente eu escolheria com toda certeza viver a segunda opção.
Acredito, de verdade, que ter um sentimento bom, ou mesmo ruim (mágoa, culpa, vergonha, dor, etc.) é ainda muito melhor do que estar vazio de sentimentos, totalmente frio: sem vida.

Não é a toa que o maior número de suicídios ocorrem com pessoas que não possuem mais uma meta na vida, e não por pessoas que tem uma vida extremamente ruim, com muita dor e sofrimento. Um dos países campeões em suicídios é a Suíça. A Suíça também é campeã em desenvolvimento humano, qualidade de vida, entre outros. Tem até robozinhos que varrem as calçadas. Mas também não há muitas festas na Suíça.
Acontece que em um mundo sem problemas, sem dificuldades, sem motivos para fazer diferente... a rotina acaba dominando, desintegrando sonhos e motivações de melhorias.
Precisamos sentir o mundo, ou deixaremos de viver.


Certo certo, mas se tudo o que importa na vida é sentir, onde há espaço para a razão?
A resposta que encontrei é condizente com o que foi dito acima: se viver é sentir, então se queremos viver mais, devemos sentir mais. Para maximizar o sentimento (perdoem o jargão econômico rs), devemos sentir com a maior intensidade possível, durante o maior tempo possível. Aí sim entramos com a variável tempo. É muito melhor viver uma vida "bem-sentida" por 50 anos, do que uma vida "muito-bem-sentida" por 10 anos, pois no primeiro caso, no final teríamos um somatório de sentimentos muito maior do que o que foi vivido no segundo caso (a não ser que a vida "muito-bem-sentida" seja 5 vezes mais intensa do que a "bem-sentida", o que é bem pouco provável). Perdoem-me o utilitarismo.

Então, o que devemos fazer para não exagerarmos na dose, e acabarmos literalmente morrendo, ou pior, sendo moldados pela vida a sermos pessoas frias e condenadas a morte não-literal? A palavra é moderação e equilíbrio. E esta só pode ser encontrada nas tomadas de decisões.
É aí que a razão, o conhecimento e a sabedoria entram. Devemos sim arriscar e ser loucos para podermos sentir mais, mas até que ponto isto não nos inibirá os sentimentos que ainda virão com o tempo?
Uma pessoa que vive intensamente, pode ser dominada por esta intensidade, correr com o carro em uma auto-estrada e morrer, aos 20 anos. Pronto, lá se foram 80 anos repletos de sentimentos. Se ela abrisse mão deste pequeno sentimento de adrenalina, certamente teria muitos outros pela frente. E todos conhecem dezenas de outros exemplos que podem ser citados de imprudência, que nada mais é que o sentimento sem a razão. Por isto, não devemos tomar apenas a intensidade como meta da vida, pois assim nos tornaríamos epicureus.

Sem contar, é claro, o sentimento de orgulho e satisfação que o conhecimento, fruto da razão, nos proporciona. 
A alguns mais e a outros talvez menos, é verdade. 

Assim, ao contrário do que muitos pensam, sentimento e racionalidade não são opostos; eles se completam, de modo a proporcionar a maximização da vida.

Um comentário:

  1. O unico sentimento que a gente pode se entregar sem limites, é a paixão. Porque por mais que a gnt tenha chances de sair machucado, nunca morremos, porém aprendemos. Mas se apaixonar, se entregar aos momentos, nunca é demais, e não se deve usar a razão. Do contrário, a mente deve por nossos pés no chão às vezes, e não permitir que nos deixemos levar por sentimentos que possam gerar imprudencias. Seus posts aguçam minha vontade de comentar...rs...são assuntos que me fazem ir tão a longe, e ter tantas opiniões a respeito...
    beijos Gabs!

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