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segunda-feira, 22 de março de 2010

Lógica x Moral

Para que me entendam, não objetivei, neste texto, proclamar minhas idéias como certas. Apenas busquei um ponto de vista diferenciado, para sairmos um pouco de nossa própria ótica social pré-estabelecida e partirmos um pouco mais em direção ao novo. Concorde, discorde, critique e corrija: é isto, e não a veneração, que me faz crescer.
 
 
O que é o certo e errado? E onde eles se delimitam?
Doar, matar, invejar, amar, seriam estes verbos passíveis de classificação como certo ou errado? Com base em que? 

Em "Teoria dos Sentimentos Morais", Adam Smith conclui que cada um define para si mesmo o que é moralmente correto ou incorreto, com base no seguinte pensar: seguindo o seu próprio conceito de justiça, o indivíduo terá determinado se uma ação é justa ou injusta. Ou seja, o que for justo, quando feito, é moralmente correto; quando o que é injusto é feito, é moralmente incorreto, ou errado.
Assim, se um indivíduo acredita ser justo matar os outros, por pura diversão própria, e assim o fizer, não se pode dizer que o mesmo estava errado, uma vez que seguiu sua própria conduta moralística. Obviamente, todos iriam pensar que ele tem que ser punido. Mas porquê ele deve ser punido, se agiu corretamente para si mesmo? Porquê, e para quem, ele estava errado?

Ocorre porquê em qualquer sociedade (e é tal organização que a define), há conceitos pré-estabelecidos que tentam julgar, de maneira geral, como num consenso, o que é certo ou errado - uma moral única, para todos, que visa tão somente a melhoria do bem-estar do máximo número de pessoas desta sociedade, ou pelomenos dos que regem tais leis (no caso, em proveito próprio).

Mas vamos falar sobre a nossa sociedade: as leis visam atingir uma moral única que seja justa a um maior número de indivíduos possível. O problema, é que na verdade tais leis são traçadas com base na premissa de que o homem deve ser puramente racional, e que qualquer crime, independente de ter sido passional ou não, deve ser punido. Como conseqüência, temos nossas leis baseadas puramente na lógica do "pode ou não pode".

Porém, o erro de se pensar que as pessoas se baseiem na lógica geral (benefício para si versus benefício para a sociedade) para tomar suas decisões exclui o fato de que as mesmas o fazem pelo seu próprio e único conceito de moral, que deixa de ser medido nos tribunais.
É claro que cada um não pode fazer o que bem entende, mas as leis poderiam ser traçadas sim, com uma maior flexibilidade em seu julgamento, que vise outras características que não são apenas "se fez isto, logo está errado", e buscando saber sobre o que se passa na cabeça do indivíduo no momento do crime.

Deste modo, o que acaba ocorrendo é que as leis simplesmente tentam penalizar o criminoso na mesma medida e proporção do que foi tirado da sociedade pelo crime. Claramente poucos que lêem isto agora se comovem com tal situação, mas vou tentar expôr melhor o meu ponto de vista, justamente com base nela - a moral.

Acontece que, lendo Nietzsche estes dias, me interessei muito por um parágrafo que diz que a moral, na verdade, é um conceito criado após o surgimento das sociedades, e que se baseia pura e totalmente na intenção de quem a pratica ou não. Sendo, então, a moral baseada na intenção, como podemos aplicar sobre isto um entrave lógico? E se, para o indivíduo, a intenção do crime que ele cometeu era boa? Com que finalidade, neste caso, ele deve ser punido, se é um indivíduo moralmente correto? Apenas para mantê-lo em exílio da sociedade, por ter um conceito moral que não se aplica à lógica das leis. Pobre solução pobre!


Um outro problema, talvez mais interessante este, é que a lógica social (ou moral generalizada) costuma sempre escolher e premiar alguma virtude, em qualquer sociedade - dos ácaros aos humanos.
Para nós, humanos, a principal virtude, a que mais é bem premiada, é a inteligência. Porquê é ela o nosso atributo que permite uma maior contribuição com a sociedade, há pelomenos uns 10 mil anos. E, portanto, é algo que a moral social valoriza muito mais que a força, por exemplo. 

Mas é engraçado, notar como normalmente o que é valorizado em qualquer sociedade é, sem exceções, sempre o(s) atributo(s) que mais acrescente à ela mesma. Nos animais sociais que brigam para serem o líder do bando, por exemplo, obviamente estes precisam mais da força e da luta do que da inteligência para sobreviver. Nós mesmos víamos, há 5 ou 6 mil anos atrás, uma humanidade que muitas vezes valorizava mais o homem forte do que o intelectual - seja por meio do preconceito, do conceito de carisma, etc -, pois a sociedade assim o exigia. Assim como nos primatas em geral.

 Interessante notar que, hoje em dia, com cada vez mais sumidouro o emprego da força bruta para beneficiar a sociedade, podemos falar que a mesma optou por valorizar quase que totalmente a inteligência. Mas o ponto ao qual quero chegar é: olhamos o mundo à nossa volta como se o objetivo mais nobre de todo ser seja dominar a inteligência. Porém, errados nós, que vemos o mundo apenas a partir de nossa própria ótica. O preconceito gerado hoje em dia para com um ser com menor capacidade intelectual é dos mais cruéis - e nem por isto é crime, pois não vai contra a lógica social.

."A vida orgânica, segundo dizem, desenvolveu gradativamente do protozoário ao filósofo; e esse desenvolvimento, segundo asseguram, é indubitavelmente um avanço. Infelizmente, é o filósofo, e não o protozoário, que nos dá essa garantia." (Russel)

3 comentários:

  1. Textinho polêmico esse hein! Eu acho o seguinte: Certamente o que é certo ou errado é extremamente relativo, pois como vc disse depende totalmente da intenção do autor da ação.
    A sociedade sim tenta padronizar o que é moral ou não, o que obviamente gera controvérsias porque nem todos seguem a mesma linha de raciocínio. Ainda assim, em alguns aspectos não teria como a sociedade deixar de impor algumas regras e até mesmo punições no caso do não-cumprimento das mesmas. Longe de mim estar defendendo as regras da sociedade, mas imagina se cada um fizesse o que dá na telha. Tipo "Ah hoje vou matar o meu vizinho porque o som dele estava muito alto durante a noite, o que atrapalhou meu sono e prejudicará meu dia". Seria um massacre total. As pessoas começariam a agir por instinto e se desrespeitarem.
    Eu concordo com um trecho que li uma vez num livro de Khaled Hosseini que dizia ""Existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente a variação do roubo. Quando você mata um homem, está roubando uma vida. Está roubando da esposa, o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça"
    XD

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  2. afirmo assim todo aquele faz um facto terrivel ou não foi uma dicizao da logica ou podemos dizer ainda que e o produto final da logiaca moral,porque ela se encontra em dois aspectos positivo e negativo ...

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  3. assim comparamos com a velcidade da luz ,que mata num intante , alógica e um pensamento que reúne alguns condições obliquas etc.

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